São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de St. Louis, James Bullard, disse hoje que acha que o banco central deve aumentar as taxas de juros ao equivalente a 12 vezes este ano para convencer a opinião pública de que a instituição está séria no combate à inflação.
“Eu recomendei que o Comitê tentasse alcançar um nível de juros acima de 3% este ano”, disse Bullard numa declaração publicada pelo Fed de St. Louis. “Isso ajustaria rapidamente os juros a um nível mais apropriado para as circunstâncias atuais”, completou.
Após a reunião de dois dias, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) disse na quarta-feira que aumentaria as taxas em 0,25 ponto percentual (pp), historicamente o incremento típico com o qual o Comitê se move. As projeções econômicas que acompanham o anúncio indicaram um caminho este ano que veria o equivalente a sete aumentos de taxa, ou 1,75 pp.
Bullard foi o único membro do Fomc a votar contra a mudança, afirmando que ele teria preferido um aumento de taxa de 0,5 pp, ou 50 pontos-base. Ele acrescentou que o Fed também deveria ter iniciado o processo de redução dos quase US$ 9 trilhões em participações em títulos que acumulou nos últimos 14 anos.
Em sua declaração de hoje, Bullard disse que a inflação está prejudicando mais as pessoas que o Fed está tentando ajudar, ou seja, aqueles nos degraus mais baixos da pirâmide econômica.
“O peso excessivo da inflação é pesado para pessoas com renda e riqueza modestas e para aqueles com capacidade limitada de se ajustar a um custo de vida crescente”, disse ele. “A combinação de forte desempenho econômico real e inflação inesperadamente alta significa que a taxa de política do Comitê é atualmente muito baixa para gerenciar prudentemente a situação macroeconômica dos Estados Unidos”, completou.
Sobre a questão do balanço do Fed, Bullard não forneceu detalhes do que ele acha que o banco central deve fazer, dizendo apenas que “um plano” na reunião desta semana teria sido apropriado.
