Por Gustavo Nicoletta
São Paulo – O presidente do Federal Reserve de Saint Louis, James Bullard, atribuiu sua dissidência na última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos ao risco crescente de recessão no país. Na quarta-feira (18), e le votou por um corte de 0,5 ponto porcentual (pp) nos juros, enquanto a maioria do comitê votou por uma redução menor, de 0,25 pp.
“Há sinais de que o crescimento econômico dos Estados Unidos deve desacelerar no horizonte próximo. A incerteza sobre a política comercial continua elevada, a indústria dos Estados Unidos já parece estar em recessão e muitas estimativas sobre a probabilidade de recessão aumentaram de níveis baixos para moderados”, disse ele em um comunicado.
Ele também mencionou o fato de os juros de curto prazo nos Estados Unidos estarem acima das taxas projetadas para prazos mais longos e disse que a taxa básica de juros norte-americana está acima do rendimento oferecido pelos títulos públicos de quase todos os países do G-7 (grupo composto por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá).
Bullard também apontou a inflação abaixo da meta como outro fator que justificaria juros menores, porque as expectativas de longo prazo ainda são de inflação abaixo de 2% ao ano mesmo com um corte de juros em julho e com a expectativa confirmada de uma redução nas taxas na reunião de política monetária do Federal Reserve deste mês.
“Embora a taxa de desemprego esteja baixa para os padrões históricos, há pouca evidência de que o baixo desemprego ofereça um risco significativo de inflação no atual ambiente”, avaliou.
“É um gerenciamento de risco prudente, no meu ponto de vista, cortar a taxa de juros agressivamente agora e depois aumentá-la se os riscos negativos não se materializarem. Ao mesmo tempo, um corte de 0,5 ponto porcentual neste momento ajudaria a promover um retorno mais rápido da inflação e das expectativas para a meta.”