São Paulo – Dois presidentes regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), James Bullard, de Saint Louis, e Robert Kaplan, de Dallas, voltaram a defender a retirada gradual da acomodação monetária em um ambiente de aceleração da inflação e recuperação da economia dos Estados Unidos.
Participando de um evento virtual mais cedo, ambos – que não tem direito a voto no comitê este ano – defenderam o início das discussões para a redução gradual das compras de ativos, atualmente em US$ 120 bilhões mensais -, embora não tenham indicado quando esse movimento deve começar.
“Acredito que o debate está aberto e é apropriado que o comitê pese as perspectivas para as compras de ativos”, afirmou Bullard, que na semana passada agitou os mercados ao indicar que a taxa de juros nos Estados Unidos deve subir no final de 2022, bem antes do sinalizado pelo Fed.
Na quarta-feira passada, o Fed surpreendeu os investidores que esperavam por uma manutenção mais longa da política de dinheiro fácil ao indicar dois aumentos de juros em 2023, antes do previsto em março.
Falando na coletiva de imprensa após a reunião de política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que os membros do comitê não estão debatendo ativamente uma mudança nos juros e, em vez disso, estão focados na perspectiva de compras de ativos.
“É melhor agirmos mais cedo do que tarde. Agora, o Fed pode colocar o pé no acelerador gentilmente, mas se esperamos demais, ele terá que colocar o pé no acelerador com muito mais agressividade, o que não faz sentido”, disse Kaplan.