Candidatos pró-democracia vencem eleições distritais em Hong Kong

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Por Cristiana Euclydes

São Paulo – Os candidatos pró-democracia venceram as eleições distritais em Hong Kong realizadas ontem, de acordo com resultados preliminares divulgados pelo governo da região semiautônoma da China, com cerca de 95% das urnas apuradas.

Os ativistas pró-democracia venceram 17 dos 18 conselhos distritais, segundo a imprensa local. Antes, todos eles eram controlados por políticos pró-Pequim. As estimativas são de que cerca de 2,9 milhões de pessoas votaram, o que representa uma taxa de participação recorde de mais de 70%.

O resultado representa um revés para a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, que enfrenta há meses protestos contra seu governo. As manifestações começaram em junho, contra uma lei de extradição, que permitiria a entrega de acusados de crimes para a China continental. A lei foi retirada, mas os protestos continuaram por reforma política, entre outras demandas.

“Os conselhos distritais são parte importante do governo de Hong Kong”, disse Lam ontem, ao votar. “O governo vai continuar a apoiar o trabalho dos conselhos, prover mais recursos e ouvir mais atentamente as visões e opiniões expressadas por membros dos conselhos em nome da população local”.

Após os resultados preliminares, o governo da China continental reiterou seu apoio ao atual executivo de Hong Kong, e repetiu que os assuntos relativos à região são internos da China e que nenhum governo estrangeiro deve envolver-se.

“Nossa posição é muito clara. O governo central chinês apoia firmemente Carrie Lam, a chefe do executivo, para liderar o governo na administração especial, de acordo com a lei”, disse Geng Shuang, porta-voz do ministério de Relações Exteriores, em coletiva regular de imprensa.

Ao ser questionado sobre os comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que disse na semana passada que Pequim só não enviou tropas à Hong Kong devido às negociações comercial, o porta-voz afirmou: “Os assuntos de Hong Kong são puramente internos da China. Nenhum governo, organização ou indivíduo estrangeiro tem o direito de intervir”.