Carteira de crédito deve crescer 1,1% em maio puxado por consumo

391

São Paulo – O saldo total da carteira de crédito deverá apresentar crescimento de 1,1% em maio, segundo pesquisa feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O resultado pode ser o melhor para o mês desde 2013, quando foi registrada alta de 1,6%.
Caso a estimativa seja confirmada pela próxima Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central, o ritmo de expansão da carteira voltará a acelerar em 12 meses, passando de 15,1% para 15,9%.
A alta do mês deve ser puxada pela carteira destinada às famílias, que vem se recuperando desde junho do ano passado e já se encontra em um ritmo de expansão bem acima do patamar pré-pandemia, disse a entidade, em nota.
O maior avanço deve vir da carteira livre pessoa física (+2,2%), beneficiada pela maior reabertura das atividades e pelo crédito pessoal, impulsionado pela recente ampliação da margem de consignação para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A carteira direcionada (+1,3%) deve manter sua trajetória de crescimento de 33 meses consecutivos, liderada por avanços em crédito imobiliário e rural.
A carteira pessoa jurídica deverá ficar praticamente estável (+0,2%) em maio, com desempenho diferenciado entre os recursos. A carteira livre deve crescer 0,6%, favorecida pela maior flexibilização das medidas de distanciamento social e pela retomada econômica, enquanto a carteira direcionada deve retrair 0,6%, refletindo a interrupção dos programas públicos de crédito.
Caso o resultado se confirme, a carteira direcionada irá registrar o quarto recuo nos últimos cinco meses, embora o ritmo de expansão anual siga bastante elevado, próximo a 20%.
CONCESSÕES
As concessões de crédito devem apresentar crescimento de 4,7% em maio, acumulando expansão de 6,9% em 12 meses.
O volume de concessões PF deve crescer 7,2% em maio, com expansão tanto nas operações com recursos livres (+6,8%) quanto com recursos direcionados (+9,5%), impulsionados pelo consumo das das famílias e créditos imobiliário e rural.
As concessões PJ devem avançar 1,9% em maio, com queda de 13,2% nas operações direcionadas, em função da interrupção dos programas públicos de crédito, e de 2,4% nas concessões com recursos livres.
A acomodação das concessões destinadas às empresas pode se reflexo da expressiva tomada de crédito no período inicial da crise sanitária, que diminui a necessidade de novos aportes, e da retomada do mercado de capitais, finalizou a entidade.