Castello Branco defende política de preços de combustíveis da Petrobras

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São Paulo – O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que os preços do diesel no Brasil – que voltaram a ser alvo de críticas com uma greve de caminhoneiros marcada para o dia 1 de fevereiro – “não são caros, nem baratos, mas o preço do mercado”.

O executivo saiu em defesa da política de preços de combustíveis praticada pela estatal ao afirmar que ela acompanha a tendência dos preços do exterior, de forma cautelosa, ao mesmo tempo que não permite que a Petrobras tenha perdas. Além disso, afirmou que os caminhoneiros têm outros gastos e custos mais elevados do que com o diesel.

“Uns acham que a Petrobras cobra preços muito elevados e outros não, é como uma discussão sobre futebol. Os preços de commodities têm uma dinâmica, que pode tornar reajustes mais frequentes, mas nós observamos os núcleos de volatilidade e as tendências, para onde o mercado vai, adotamos como política ser pacientes e cautelosos, não jogar o preço para cima para baixo repentinamente”, afirmou em evento online organizado pelo banco Credit Suisse.

Para o presidente da estatal, a Petrobras fica como “vilã” da história, em função da discussão de preços de combustíveis, e sofre pressões, mas os caminhoneiros enfrentam outros problemas, com frotas antigas, que consomem mais combustível e tem custo mais elevados de manutenção, além da má qualidade de estadas e despesas com pedágios.

“Constantemente, grupos de pressão recorrem a políticos para que o governo faça interferência dos preços, todo mundo sabe onde bater, o grande vilão é a Petrobras, mas ela não será mais vilão, hoje ela pratica preços de paridade internacional”, reiterou.

Castello Branco ainda acredita que a venda de refinarias irá ajudar neste processo, já que a Petrobras não terá mais o monopólio do mercado e poderá focar em ativos com maior rentabilidade.

“É muito importante desinvestir ativos de baixo retorno e focar em ativos de alto retorno, uma refinaria de petróleo pode dar retorno de 6% a 8%, porque é uma atividade de transformação industrial, exige custo baixo de produção, então, estamos corroendo o capital dos acionistas com isso. Muitas também eram operadas de forma ineficiente.

BR DISTRIBUIDORA E BRASKEM

Já sobre a possível venda da fatia da Petrobras na BR Distribuidora e na Braskem, Castello Branco disse que a estatal “está com o dedo no gatilho para vender a fatia” na BR Distribuidora”, mas decidiram esperar devido a queda da Bolsa em 2020 e, consequentemente, dos papéis.

Castello Branco ainda afirmou que está contente com a notícia de que o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, deve assumir a presidência da BR Distribuidora, elogiando o currículo do executivo.

Sobre a Braskem, disse que a situação é mais complicada e que esperava que tivesse ocorrido uma resolução em 2020, mas que ainda há dificuldades em função da situação do outro acionista, a Odebrecht.