CEO da Petrobras falará sobre o desafio de repor reservas de petróleo e gás e investimentos

51
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na cerimônia de abertura da Rio Oil & Gas & Energy (ROG.e) 2024, em 23/09/2024. Foto: Armando Paiva / Agência Petrobras.

São Paulo, 26 de setembro de 2024 – Nesta quinta-feira, 26/9, às 17 horas, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, fará a última palestra da Rio Oil & Gas & Energy 2024 (ROG.e), no Rio de Janeiro (RJ), antes da cerimônia de encerramento do evento, que começou na segunda-feira (23). No painel Strategic Talks, Magda pretende falar sobre o papel da Petrobras como indutora do desenvolvimento do Brasil e o desafio de repor reservas de petróleo e gás produzindo com menores emissões. A presidente destacará ainda o volumoso investimento da companhia em tecnologia e capital humano e a sua preocupação com a segurança energética.

Em painel realizado no primeiro dia do evento, a diretora-executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, defendeu que a exploração da Margem equatorial é essencial para a economia e a segurança energética do país. A diretora disse que a nova fronteira está nos planos da companhia, que vem trabalhando para obter a licença que permita estudar a viabilidade de exploração na região.

Temos confiança nessa nova fronteira, inclusive, para patrocinar as novas fontes de energia, disse ela. Segundo a executiva, a descoberta de vastas reservas de petróleo na Guiana e no Suriname tem redefinido o panorama energético na região, com impacto nas perspectivas de produção de petróleo em novas fronteiras no Brasil, onde recente a descoberta na costa do Rio Grande do Norte indica o potencial da região.

Descarbonização no downstream

No último painel do primeiro dia ROG.e, William França da Silva, diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, destacou as ações de descarbonização e melhoria em eficiência energética da companhia. Temos programas como o RefTOP e próGás que visam reduzir as metas da empresa, de 36 para 30 kgCO2e/CWT de intensidade de emissões de gases de efeito estufa.

Juliano Prado, vice-presidente executivo de comercial B2B da Vibra, destacou que a empresa aposta em ser uma plataforma multienergia, com investimentos mais de R$ 4 bilhões na transição energética. Com a aquisição da Comerc Energia são cerca de R$ 7 bilhões. Essa parceria objetiva descarbonizar nossas operações e dos nossos parceiros.

Já Pietro Mendes, secretário nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, reforçou o empenho do governo em manter a produção campos maduros, no pré-sal e explorar novas fronteiras Temos de seguir nesse caminho e buscando ainda derivados mais renováveis, ressaltou Mendes revelando que o PL Combustível do Futuro será sancionado no início de outubro.

Biorrefino, gás natural e a transição energética

No segundo dia da ROG.e (24), em painel sobre os desafios da oferta futura de combustíveis e biocombustíveis, o diretor de logística da Petrobras, Claudio Schlosser, avalia que as biorrefinarias são fundamentais na transição energética nacional pelas soluções de baixo carbono. Já desenvolvemos o diesel R5, composto por solução renovável (óleo vegetal e gordura animal) que tem um custo mais barato com venda de 10 milhões de litros por mês. Este produto já apoia na descarbonização. Além disso, nossa posição é muito privilegiada. O país tem três safras por ano, o que promove suprimento de energia, sem impactar na cadeia alimentar, observou o executivo, no painel “Os Desafios da Oferta Futura de Combustíveis e Biocombustíveis, no segundo dia da ROG.e 2024, um dos maiores eventos de energia do mundo, que acontece até quinta-feira (26), no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro.

Para o executivo, a logística é um dos principais desafios para a redução da intensidade de carbono. No Centro-Oeste, citou como exemplo que o crescimento do agro gera aumento de produtividade com maior consumo de energia, o que demanda iniciativas para descarbonização. Schlosser ainda defende uma certificação para que os produtos brasileiros de baixo carbono possam acessar novos mercados globais.

Soluções da transição

Da eletrificação de frotas, passando pela produção de combustíveis menos poluentes até a precificação do carbono. Essas são algumas alternativas apontadas por especialistas para o que eles chamam de transição energética justa. Para o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, a transição energética justa representa uma oportunidade para o Brasil. “Nesse tema, estamos na liderança, mas, agora, de um processo com regras mais claras. Isso tem mais a ver com a dinâmica do país do que o mercado”, diz.

Já o CEO da Brava Energia, Décio Oddone, entende que a transição energética é o desafio mais complexo da humanidade. “Não será simples, nem fácil ou rápida. Precisamos pensar em um conjunto de soluções, que vai envolver o uso de tecnologia, inovação, entre outras medidas, como a precificação de carbono.”

Gás para a transição

O gás natural vai continuar tendo um papel fundamental como combustível de transição na migração para uma energia mais limpa, ao menos até 2050. Essa é a visão de Sindre Knutsson, vice-presidente da área de gás da Rystad Energy. “Em muitos países não é possível fazer transição energética sem o uso do gás natural”, disse.

Já o gerente executivo de gás e energia da Petrobras, Álvaro Tupiassú destacou o investimento de R$ 7 bilhões que a Petrobras vai fazer para expansão de infraestrutura de escoamento de gás no país. “A Petrobras espera continuar oferecendo soluções competitivas na venda de gás”.

Compromisso para um futuro de baixo carbono

A estratégia da Chevron é simples: entregar energia com baixo índice de carbono, comentou a vice-presidente de Exploração da Chevron, Liz Schwarze, ao ser questionada sobre a contribuição da indústria para um futuro de baixo carbono. A executiva disse que a companhia está investindo em novas fronteiras e ressaltou que vem reduzindo o impacto na emissão de gases nessas operações globais.

O vice-presidente de Exploração da ExxonMobil, John Ardill, afirmou que a empresa tem a meta de entregar uma produção adicional de 5 milhões de barris até 2030, definidas no escopo 1 e 2. Segundo Ardill, o sucesso na Guiana é o principal exemplo dos investimentos em geologia e força de trabalho coletiva.

Sobre a ROG.e

A ROG.e é um dos maiores eventos do segmento de energia no mundo. Organizado pelo IBP, deverá receber mais de 70 mil visitantes de 65 países diferentes como lideranças do setor, autoridades, investidores, acadêmicos, entre outros públicos. Serão 8 armazéns ocupados com mais de 550 expositores, 7 eventos paralelos e o Congresso.

A ROG.e 2024 conta com patrocínio da Petrobras, Shell, TotalEnergies, Equinor, Galp, Origem, Brava, Petronas, Prio, bp, Chevron, ExxonMobil, Modec, Repsol Sinopec Brasil, SBM Offshore, Acelen, Eletrobras, Excelerate Energy, Ipiranga, Pan American Energy, Vibra, Dell, Nvidia, Naturgy, TechnipFMC, TBG, Trident Energy, ABB, Construtora Elevação, Compass, Foresea, Huawei, Karoon Energy, OceanPact, Perbras, Subsea7, TAG, Transpetro, Vallourec, Renave, além da participação do Governo Federal.

As informações partem do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).