CEO da Petrobras reitera foco na exploração e produção de óleo e gás, mas capex de transição energética cresce 42%

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na cerimônia de abertura da Rio Oil & Gas & Energy (ROG.e) 2024, em 23/09/2024. Foto: Armando Paiva / Agência Petrobras.

São Paulo, 22 de novembro de 2024 – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em entrevista coletiva nesta sexta-feira sobre o Plano de Negócios 2025-2029, reiterou que a companhia continuará com foco na exploração e produção de óleo e gás, mas que a transição energética está em curso, com a companhia investindo US$ 16,3 bilhões na transição energética e transversal, um aumento de 42% em relação ao plano anterior, representando 15% do capex investido no Plano de Negócios 2025-2029. Ela ressaltou que a diversificação de fontes é mandatária dentro da companhia.

“A Petrobras possui a vantagem competitiva de ter uma produção de petróleo com baixo custo e uma das menores intensidades de carbono do mundo. Essas condições permitem conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no país, de forma a manter o patamar de produção futuro próximo ao atual”, comentou a presidente da companhia.

Na produção de energias de baixo carbono, o plano aprovado contempla projetos e estudos nos segmentos de geração renovável onshore (eólica/solar); bioprodutos (etanol, biodiesel e biometano); hidrogênio de baixo carbono; captura, transporte e armazenamento de carbono (CCUS) e outros.

Mauricio Tolmasquim, diretor de transição energética, disse que a companhia tem um plano de negócio para a produção etanol, e que já está em conversação com um possível parceiro para a criação de uma joint venture. Os investimentos para a produção de etanol chegam a US$ 2,2 bilhões, com destaque para a utilização do milho, que tem o centro-oeste como o maior produtor do país. Segundo Tolmasquim, o etanol é um negócio bastante rentável, com uma lucratividade bem acima de 10%.

O PE 2050 e o PN 2025-29 demonstram o compromisso da Petrobras em conciliar a liderança na transição energética justa com a exploração e produção de óleo e gás. Com aumento dos investimentos em transição energética e a diversificação do portfólio, de forma responsável e rentável, a companhia está se preparando para as rotas dessa transição. O PE 2050 apresenta a trajetória que a Petrobras percorrerá como empresa líder na transição energética justa, reduzindo suas emissões, mantendo sua participação na oferta de energia no Brasil e com papel crescente das energias renováveis em seu portfólio, contribuindo para a segurança energética do país.

A presidente da estatal afirmou que o plano de negócios apresentado hoje é um plano factível, realista e relativamente fácil de entregar. “A companhia é capaz e entregará o planejamento no fim do período. Atualmente, desde agosto, a Petrobras performa 100% dentro do seu guidance. Todos os projetos serão feitos de forma responsável, zelando pela sua rentabilidade”, apontou Magda, que destacou ainda que os projetos são testados e avaliados mesmo em cenários desafiadores.

Financiabilidade

O estudo de financiabilidade do PN 2025-29 resultou na consolidação de uma estrutura de capital mais eficiente, com maior flexibilidade e baixa alavancagem em cenários desafiadores. O limite da dívida bruta foi revisado para US$ 75 bilhões no PN 2025-29, após análise da estrutura de capital mais adequada para a empresa, sendo aderente à minimização do custo de capital, aos riscos do fluxo de caixa e a uma gestão eficiente de caixa e liquidez. O aumento do teto da dívida considera métricas de alavancagem robustas, mesmo em cenários de baixos preços do Brent, além de proporcionar maior flexibilidade em relação à crescente relevância dos afretamentos na dívida bruta.

O fluxo de caixa livre robusto permite estimativa de sólidos dividendos, projetando US$ 45 a 55 bilhões de dividendos ordinários no cenário-base, com flexibilidade para pagamentos extraordinários.

Destaca-se que o PN 2025-29 considera, entre as premissas para a financiabilidade, a geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras; caixa mínimo de US$ 6 bilhões intervalo de referência da dívida bruta de US$ 55 bilhões a US$ 75 bilhões, com convergência no patamar de US$ 65 milhões; e pagamento de dividendos conforme a Política de Remuneração aos Acionistas vigente.

Segundo a companhia, a prioridade é uma estrutura de capital mais adequada, flexível e eficiente, com geração de caixa superior aos investimentos e obrigações financeiras, mantendo a sólida governança de aprovação de projetos, que garante a realização de investimentos rentáveis e aprovados somente com valor presente líquido (VPL) positivo em cenário de robustez. Com projetos de alto retorno, a companhia visa assegurar a distribuição do valor gerado para a sociedade, por meio de dividendos e tributos.

Exploração

Com investimentos totais de US$ 77,3 bilhões previstos para o quinquênio do Plano (5% superiores ao plano anterior), o segmento de Exploração e Produção (E&P) destina cerca de 60% para os ativos do pré-sal, consolidando uma grande fase de investimentos nessa província e reforçando seu diferencial competitivo, por meio de uma produção de petróleo de melhor qualidade, com baixos custos e menores emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, a companhia mantém grandes projetos de revitalização (REVITs), buscando aumentar os fatores de recuperação em campos maduros, especialmente na Bacia de Campos.

A Petrobras projeta atingir a produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed), sendo 2,5 milhões de barris de óleo por dia (bpd). Para o acompanhamento do Plano, considera-se uma margem de variação de 4%. Para fazer frente aos desafios de reposição de reservas, a Petrobras aumentou os investimentos em atividades exploratórias, totalizando um CAPEX de US$ 7,9 bilhões no quinquênio (5% superior ao plano anterior).

Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)

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