Buenos Aires – O chanceler do Peru, Héctor Béjar, renunciou ao cargo após declarações polêmicas dele em 2020 acusando a Marinha peruana por ter iniciado o terrorismo no país e por ter sido “treinada pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA)”. A renúncia do funcionário foi anunciada ontem, a pedido do presidente do Conselho de Ministros, Guido Bellido.
Béjar garantiu que não queria renunciar ao cargo, pois esperava dar declarações no Congresso Nacional. Segundo comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru antes de sua renúncia, as declarações foram feitas quando ele “não ocupava cargos públicos, e as mesmas foram manipuladas, editadas, recortadas e retiradas do contexto com o propósito de desacreditá-lo.”
“Eu esperava falar na interpelação e entendo que eles [os congressistas] já pediram minha renúncia antes para me impedir de falar ante o Congresso. Foi uma forma de me censurar”, disse o ex-chanceler durante uma entrevista com o portal cubano “Prensa Latina”.
Antes de oficializar a renúncia do chanceler, Bellido publicou uma mensagem curta no Twitter informando que “teremos mudanças para a marcha do país”.
Por sua vez, Béjar afirmou não ter ressentimentos contra o governo do presidente do país, Pedro Castillo. “Minha disposição será continuar cooperando para que o Peru tenha um governo que é do povo e que responde verdadeiramente aos interesses da nação”, comentou.
Esta foi a primeira renúncia de um ministro de Castillo, que tomou posse como presidente do Peru no dia 28 de julho, após uma disputa acirrada nas eleições contra Keiko Fujimori.
Tradução: Cristiana Euclydes