A China anunciou um plano para expandir a “lista branca” de projetos habitacionais elegíveis para financiamento, visando aumentar o empréstimo bancário para esses desenvolvimentos em até 4 trilhões de iuanes (US$ 562 bilhões) até o final do ano. O Ministro de Habitação e Desenvolvimento Urbano e Rural, Ni Hong, afirmou que a recuperação do setor habitacional, que enfrenta uma crise desde 2021, está em andamento. Ele também mencionou que a reurbanização de cidades, com a inclusão de um milhão de “vilas urbanas”, ajudará a absorver os estoques habitacionais existentes.
Desde o ano passado, o governo chinês implementou políticas graduais para aumentar a confiança dos compradores de imóveis em meio a preocupações com a queda contínua dos preços e a entrega pontual das moradias. Embora não existam estimativas oficiais sobre o número de imóveis vendidos mas não construídos, um relatório da consultoria Nomura indicou que cerca de 20 milhões de unidades estavam nessa situação. Desde maio, 2,46 milhões de novas casas foram entregues.
O plano de “lista branca” foi inicialmente anunciado em janeiro para garantir que os desenvolvedores pudessem completar as construções. Até o verão, os bancos haviam aprovado 5.392 projetos, com financiamentos totalizando quase 1,4 trilhões de iuanes (US$ 196,63 bilhões). No entanto, os empréstimos para esses projetos aumentaram para 2,23 trilhões de iuanes (US$ 313,21 bilhões) até 16 de outubro.
Apesar das promessas de financiamento adicional, a reação do mercado foi contida, com o índice imobiliário CSI300 da China caindo 5% após a coletiva de imprensa do governo. Analistas indicaram que não houve anúncios significativos para impulsionar a demanda por imóveis, com a maior medida sendo o apoio ao crédito para projetos da lista branca. A expectativa é de que a execução dessas políticas acelere, beneficiando desenvolvedores em dificuldades.
Além disso, medidas anunciadas anteriormente pelo ministério das finanças permitem que governos locais utilizem fundos de títulos especiais para adquirir imóveis não vendidos e terrenos ociosos. Em setembro, o banco central cortou o percentual mínimo de entrada para 15% para todos os compradores, o que, segundo o vice-governador do banco, beneficiará cerca de 50 milhões de famílias e 150 milhões de residentes.
O Comitê Central do Partido Comunista, liderado pelo presidente Xi Jinping, também pediu a implementação de medidas adicionais para estabilizar o mercado habitacional. A análise sugere que, enquanto o setor enfrenta desafios significativos, as novas iniciativas visam criar um ambiente mais favorável para a recuperação do mercado imobiliário na China.