A China anunciou planos para adotar uma política monetária “adequadamente frouxa” em 2025, marcando sua primeira flexibilização em 14 anos, juntamente com uma política fiscal mais proativa. O Politburo (comitê executivo de política do país) destacou a necessidade de ajustes contracíclicos para expandir a demanda interna e impulsionar o consumo, conforme relatado pela agência de notícias chinesa Xinhua. A decisão foi divulgada antes da Conferência Central de Trabalho Econômico, que definirá metas e diretrizes para o próximo ano. Após o anúncio, os mercados reagiram positivamente, com alta no índice Hang Seng de Hong Kong e valorização de títulos do governo chinês.
O ajuste na política monetária ocorre em um momento de desafios econômicos. Embora a China tenha atingido sua meta de crescimento de 5% em 2024, a tarefa será mais difícil em 2025, com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e ameaças de tarifas de até 60% sobre importações chinesas. A política fiscal deve ser mais agressiva, incluindo cortes significativos nas taxas de juros e estímulos adicionais, conforme apontado por especialistas. Desde setembro, medidas como cortes de juros e injeção de 1 trilhão de iuanes (US$ 7,272 bilhões) no sistema financeiro já foram implementadas.
Apesar dos esforços, a economia chinesa continua dependente da manufatura e exportação, enquanto a demanda doméstica permanece fraca. A crise no mercado imobiliário afeta a riqueza dos consumidores, e os estímulos do governo têm priorizado setores produtivos e infraestrutura. Consultores recomendam que Pequim mantenha a meta de crescimento inalterada, mas intensifique os estímulos fiscais para mitigar os impactos das tarifas dos EUA e prevenir pressões deflacionárias.
Além disso, economistas pedem um foco maior no consumo, com apoio financeiro aos residentes de baixa renda e reformas estruturais em áreas como tributação e bem-estar social. Embora o governo tenha promovido avanços na indústria de veículos elétricos, energia solar e baterias, essas conquistas geraram reações negativas de parceiros comerciais importantes. O presidente Xi Jinping enfatizou a necessidade de preparação total para alcançar as metas econômicas de 2025, reconhecendo os desafios enfrentados pelo país.