China apela que EUA retirem tarifas e parem de interferir

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São Paulo – A China apelou que os Estados Unidos retirem tarifas a produtos chineses e parem de interferir em assuntos internos do país, ao mesmo tempo em que defendeu os benefícios mútuos do diálogo e da cooperação sino-americana.

“A China espera que os Estados Unidos ajustem suas políticas o mais rápido possível, abandonem a imposição de tarifas não razoáveis sobre os produtos chineses e abandonem a implementação de várias políticas para empresas chinesas e instituições de pesquisa científica e educacional”, disse o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi.

Segundo ele, Washington também deve parar de interferir nos assuntos internos da China e de prejudicar a soberania e a segurança do país. “Devemos respeitar uns aos outros e não interferir nos assuntos internos uns dos outros. Este é o critério básico das trocas internacionais”, disse o ministro.

“Esperamos que os Estados Unidos respeitem os interesses centrais da China, a dignidade nacional e os direitos de desenvolvimento, parem de desacreditar o Partido Comunista da China e o sistema político da China, parem de tolerar ou mesmo apoiar as palavras e atos errados das forças separatistas da independência de Taiwan e pare de atuar em Hong Kong, Xinjiang e Tibet”.

Segundo Yi, “a cooperação beneficiará a ambos” os países. O ministro destacou o sucesso de empresas norte-americanas na China, e reiterou que o governo chinês “continuará a tomar medidas eficazes para melhorar o ambiente de negócios da China”.

Por fim, o ministro disse que o espaço para cooperação é amplo. “Combater a pandemia do novo coronavírus, enfrentar as mudanças climáticas e promover a recuperação econômica mundial são as três tarefas mais urgentes da comunidade internacional. Como um grande país responsável, a China deseja coordenar políticas com os Estados Unidos nessas três áreas, fortalecer a cooperação e dar as mãos para fazer contribuições positivas para o mundo”.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, manteve uma retórica dura ante a China. Em um telefonema este mês com o presidente chinês Xi Jinping, Biden “destacou suas preocupações fundamentais sobre as práticas econômicas coercitivas e injustas de Pequim, a repressão em Hong Kong, os abusos dos direitos humanos em Xinjiang e as ações cada vez mais assertivas na região, inclusive em relação a Taiwan”, segundo a Casa Branca, em comunicado.

Na semana passada, Biden disse na Conferência de Segurança de Munique que é preciso “reagir aos abusos econômicos e coerção do governo da China”, e apelou por uma preparação em conjunto com a Europa para uma longa competição estratégica com os chineses.