São Paulo – A China planeja alcançar a neutralidade de carbono até 2060, depois de atingir o pico de emissões em 2030, de acordo com o Conselho de Estado do país, ao divulgar uma série de diretrizes com metas e medidas específicas para as próximas décadas.
“Em 2030, as emissões de dióxido de carbono da China atingirão o pico, se estabilizarão e então diminuirão e, em 2060, a China será neutra em carbono e terá totalmente estabelecido uma economia verde, de baixo carbono e circular”, diz o comunicado, reiterando a promessa anterior do país.
Para isso, a China pretende aumentar gradualmente a parcela do consumo de energia não fóssil para cerca de 20% até 2025, cerca de 25% até 2030 e mais de 80% até 2060, de acordo com o documento.
As emissões de dióxido de carbono do país por unidade do Produto Interno Bruto (PIB) serão reduzidas em 18% em relação ao nível de 2020 até 2025 e terão caído mais de 65% em comparação com o nível de 2005 até 2030.
As medidas vêm enquanto diversas províncias chinesas sofrem uma crise de energia, refletindo uma combinação de fatores. Os preços do carvão subiram devido à escassez do abastecimento doméstico, agravado por cortes nas importações da Austrália e da Mongólia. Isso levou usinas de energia a reduzir a produção para evitar perdas devido aos limites oficiais nos preços de venda.
O esforço de Pequim para cumprir metas ambientais, intensificado neste verão local, agravou a escassez de carvão, em meio a uma disparada global nos preços dos combustíveis impulsionada pela recuperação econômica pós-pandemia, gargalos de transporte e baixos estoques.
As políticas ambientais vêm antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, também conhecida como COP 26, na semana que vem – autoridades da China não confirmaram se o presidente Xi Jinping comparecerá – e em parte refletem a dificuldade em equilibrar os imperativos do crescimento econômico com as metas climáticas.
Xi disse em abril em uma cúpula do clima separada que a China planejou limitar os aumentos no consumo de carvão até 2025, e a partir daí começar a reduzir seu consumo de combustível. No ano passado, ele disse que as emissões de carbono da China começariam a diminuir em 2030 e o país alcançaria a neutralidade de carbono em 2060.