São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que a alta nos preços das proteínas deverá puxar para cima a inflação em 2019, sendo o principal fator de elevação das estimativas para os índices de preços neste ano.
Segundo o BC, as projeções de curto prazo para a inflação foram particularmente afetadas pelos efeitos do choque de preços das proteínas, que “ocorreu de forma mais intensa e prematura do que esperada anteriormente”.
Para o Copom, as projeções de inflação consideram um efeito direto mais concentrado no último bimestre deste ano. Com isso, a autoridade monetária ressalta que, com a taxa básica de juros (Selic) e a taxa de câmbio estáveis ao final deste ano em 4,50% e a R$ 4,15, respectivamente, e previsão de 4,50% e a R$ 4,10 ao fim do ano que vem, segundo o Boletim Focus mais recente, devem implicar em uma inflação ligeiramente abaixo da meta em 2020 e ao redor da meta em 2021.
Já em relação ao crescimento econômico, o Copom avalia que o ritmo da atividade será gradual, mas com sinais de aceleração nos próximos meses. Segundo o Comitê, o cenário básico do BC supõe que o ritmo de crescimento da economia brasileira será gradual. Tal cenário exclui os efeitos de estímulos temporários, sejam eles monetários ou decorrentes da liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP – com impacto mais concentrado no último trimestre de 2019.
O BC ressalta que as projeções para inflação e o ainda elevado grau de ociosidade da economia prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Por isso, é preciso “perseverar” no processo de reformas da economia brasileira para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia brasileira. Com isso, na ata referente à última reunião do Copom, na semana passada, divulgada hoje, a autoridade monetária reforça que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da taxa básica de juros (Selic) e vão depender da evolução do cenário econômico.