Com aquisição de Kimberly-Clark, Suzano vai a 22% de participação de mercado

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São Paulo – A Suzano não teme complicações com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por conta da verticalização do mercado depois da aquisição dos negócios de tissue da Kimberly-Clark porque, segundo seus executivos, a companhia passa a ter apenas 22% de market share. Em entrevista coletiva concedida nesta no fim da manhã desta sexta-feira, a empresa bateu na tecla de que a motivação da compra da KC foi, especialmente, a complementaridade geográfica e de marcas.

O investimento foi de US$175 milhões – valor que a cia já tem em caixa – einclui produtos como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos, lenços e outros produtos de papel, além da propriedade sobre a marca NEVE. Questionado sobre a manutenção dessas marcas, o diretor executivo de Bens de Consumo e Relações Corporativas, Luís Bueno, afirmou que não há planos de alteração e que o time está focado em providenciar todo o material necessário para viabilizar a aprovação do órgão antitruste.

Para a companhia, um dos desafios do mercado brasileiro que o consumo per capita de papel por habitante do Brasil ainda é baixo: 7kg por pessoa, ao ano. Segundo os especialistas, países da América Latina, como o Chile, o consumo é o dobro (14kg) e em regiões como Europa e Estados Unidos, o índice chega a 25kg.

O presidente da companhia Walter, Schalka, disse que percebe demanda crescente de celulose nos Estados Unidos, Europa e China. A celulose pode ser afetada por recessão, mas temos recebido pedidos com volumes normais – ainda mais com preços constantes. “Já anunciamos preços inalterados para novembro, também”, diz. “O volume de demanda está bem positivo.”

ELEIÇÕES

Às vésperas do segundo turno das eleições, Schalka diz que não vê mudanças no caminho da companhia, qualquer que seja o candidato vencedor do pleito. “A Suzano tem política de investimento de longo prazo porque nosso ciclo de colheita é de sete anos. Nosso plano de investimentos é independente e será bastante robusto para 2023”, disse o executivo.