Com receita menor e despesa maior, lucro da B3 cai 12,3%, para R$1,1 bi

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São Paulo – O lucro líquido da B3 diminuiu 12,3% no primeiro trimestre, para R$ 1,1 bilhão, refletindo a queda nas receitas e o aumento nas despesas no intervalo, disse a companhia, em seu relatório trimestral.

A queda de 4,6% da receita líquida, para R$ 2,5 milhões é explicada, principalmente, pela redução na receita dos segmentos Listado e Infraestrutura para financiamento, apesar do crescimento nos demais segmentos. “Vale notar que as receitas no 1T21 foram impactadas positivamente pela linha de reversão de provisões e recuperação de despesas e no 1T22 pela consolidação de Neoway”, acrescentou a empresa.

Em termos ajustados, que removem do resultado despesas ou ganhos não recorrentes, o lucro da B3 caiu 7,2% no primeiro trimestre, para R$ 1,2 bilhão.

O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) diminuiu 14,8%, para R$ 1,7 bilhão. Em termos ajustados, o ebitda diminuiu 11,5%, para R$ 1,7 bilhão.

As despesas da B3 cresceram 29,5%, para R$ 856,4 milhões, devido ao aumento de gastos com pessoal e encargos (R$ 311,5 milhões, +36,7%), processamento de dados (R$116,1 milhões, +66,8%), depreciação e amortização (R$ 2275,9 milhões, +4,4%), atreladas ao faturamento (R$ 67,9 milhões, +14,7%), serviços de terceiros (R$ 38,7 milhões, +223,7%) e diversas (R$ 29,8 milhões, +101,7%).

Em termos ajustados, que excluem depreciação e amortização, programas de incentivo baseados em ações, provisões e gastos atrelados ao faturamento, a despesa subiu 48,1%, para R$ 431,9 milhões.

A companhia revisou suas projeções para incluir a compra da Neoway, que foi concluída em 23 de dezembro de 2021, e incluiu os dados financeiros da operação para os trimestres de 1T22 e 4T21 (neste último, proporcionalmente aos oito dias entre a aquisição e o fim do período). Para fins de melhor comparabilidade, algumas linhas foram ajustadas para excluir o impacto de Neoway e foram indicadas ao longo do relatório de resultados do 1T22, explicou.

“No primeiro trimestre de 2022, a escalada do conflito no leste europeu trouxe incerteza aos mercados financeiros globais e aumentou a pressão inflacionária nas principais economias do mundo. No Brasil, a preocupação com a disparada dos preços levou o Banco Central a manter o movimento contracionista e elevar a taxa de juros básica, que finalizou o trimestre em 11,75%. Nesse cenário, com o aumento de aversão a risco no mercado internacional e alta da taxa de juros no Brasil, o volume financeiro médio diário negociado (ADTV) no segmento de ações na B3 atingiu R$31,2 bilhões no 1T22, queda de 15,3% em relação ao 1T21 e no segmento de derivativos listados, o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 4,4 milhões de contratos, queda de 16,4% em relação ao 1T21”, disse a administração da B3, no relatório.

“É importante ressaltar que o 1T21 foi um período de recorde histórico nos volumes com a expansão da segunda onda da Covid-19. Na comparação com o 4T21, o ADTV de ações à vista foi 1,1% menor e o ADV de derivativos cresceu 4,5%”, acrescentou.

A companhia também disse que, apesar da ausência de IPOs, com empresas optando por adiar temporariamente suas ofertas iniciais diante do cenário atual, os follow-ons se mostraram uma boa opção de captação para companhias já listadas e o trimestre foi marcado por oito ofertas desse tipo, que totalizaram R$11,5 bilhões no período.

PROJEÇÕES DE DESPESAS AUMENTAM

A B3 elevou as previsões de despesas para o ano de 2022 em função da aquisição e consolidação da Neoway em suas demonstrações financeiras. As demais projeções para o ano foram mantidas.

Com isso, as projeções de despesas, investimentos e novas iniciativas e negócios subiram para R$ 585-665 milhões, de R$ 380-440 milhões; de depreciação e amortização para R$ 1,050-1,130 bilhão, de R$ 990 milhões a R$ 1,045 bilhão; e despesas atreladas ao faturamento para R$ 265-325 milhões, de R$ 255-305 milhões.