Com saída da Americanas, Mercado Livre é a bola da vez, avalia o Bradesco BBI

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São Paulo – O Bradesco BBI, em análise, tenta responder se o recente rali de 23% das companhias do setor de e-commerce brasileiro faz sentido. A resposta dos analistas do banco de investimentos é que, por ora, a resposta é sim. “O melhor momento operacional ao longo de 2023 e as revisões positivas do Ebitda e lucro podem continuar a apoiar o preço das ações”, disseram, ao anunciar uma revisão das estimativas para o lucro operacional de 2023 e 2024, em média, em 9% e 17%, respectivamente.

Os analistas consideram, no entanto que, fundamentalmente, uma maior exposição em categorias cíclicas é menos desejável no longo prazo.

Após três semanas desde que a Americanas reportou a inconsistência de R$ 20 bilhões em seus livros contábeis e, na prática, o fechamento está longe de ser alcançadoe os termos da proposta de reestruturação relacionada ao Capítulo 11 são incertos. Enquanto muitas pontas soltas permanecem, a presença de mercado da Amricanas já foi severamente prejudicada e, portanto, o ambiente competitivo de ecommerce brasileiro deve melhorar, avaliam.

A participação de mercado potencial deixada pela companhia é substancial e, portanto, essa melhor perspectiva de impulso pode ser suficiente para sustentar o preço das ações de preço das empresas de comércio eletrônico por mais tempo.

As principais sobreposições de Magazine Luiza e Via – o BBI tem recomendação neutra para os dois papéis – com Americanas são em bens duráveis/eletrônicos. “Continuamos cautelosos quanto ao excesso de confiança em categorias altamente arbitrárias/de alto valor, que provaram ser cíclicas e oferecem baixo retorno”, comentaram.

A análise aponta que as lições aprendidas com as derrotadas operações locais de varejo da Máquina de Vendas, braço de e-commerce do Walmart Brasil, bem como com a comparação fundamental de uma plataforma de e-commerce e um varejista de eletrônicos puro em um mercado maduro (Amazon vs Best Buy, respectivamente).

O Bradesco BBI diz que prefere a exposição no setor via Mercado Livre (MELI) como sua principal escolha. “A expansão sustentável de produtos de baixo custo/alta recorrência continua sendo o principal fator para a reclassificação. Mantemos MELI como nosso único nome de compra por seu maior poder de primeira linha (diversificação de GMV) e melhor estrutura de capital.”

Mesmo após um rali de 30%, o antigo preço-alvo ainda mostrou mais alta, diz o Bradesco BBI, que revisou seus números para cima e agora mostra uma alta adicional de 28%.

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para Mercado Livre (MELI34), com preço-alvo de US$ 1.500,00/ação e neutro para Magazine Luiza (MGLU3, R$ 5,00) e Via (VIIA3, R$2,80). Às 16h36 (horário de Brasília), os papéis subiam 1,09%, 2,33% e 3,82%, respectivamente.