São Paulo, 4 de fevereiro de 2025 – A Bolsa fechou em queda, em dia de muita volatilidade. Os investidores digeriram a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), considerada pelas casas de análises como mais dura que o comunicado, e monitoram os desdobramentos da política tarifária do governo Trump, especialmente em relação à China.
O principal índice da B3 fechou em baixa de 0,65%, aos 125.147,42 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro recuava 0,79%, aos 125390 pontos. O giro foi de R$ 18,75 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
“O mercado hoje digeriu a ata do Copom. Aparentemente foi mais dura que o tom do comunicado. Quando o pessoal começou a abrir a ata, viu que as preocupações continuam inerentes: inflação, produtividade, exterior… A retirada do guidance…O mercado vem tentando entender a forma de comunicação e peso desse novo BC”, avaliou Rodrigo Moliterno head de renda variavel Veedha Investimentos.
“Junta aí também a forma de negociar do governo Trump, o que trouxe volatilidade ao mercado. Não quer dizer que as tarifas vão ser impostas sem uma conversa. Com a China foi um pouco diferente, ele impôs uma tarifas na parte de petróleo. Automaticamente a China já revidou, mas ainda sim, eles tendem a conversar”, destacou.
Moliterno também citou o início da divulgação da temporada de resultados. “Aqui a gente começa amanhã a temporada de balanços, começando com o setor bancário – Itaú e Santander. Existe uma expectativa de bons resultados do setor financeiro”, disse. “Do lado da Petrobras, o petróleo vem recuando, com a postura dos Estados Unidos de produzir mais. A ação recuou também por conta do anúncio da produção, que veio ligeiramente abaixo das expectativas. Mas também muitas casas reforçando o call de compra no papel”, concluiu.
O dólar comercial fechou em queda de 0,79%, cotado a R$ 5,7693. A moeda refletiu, especialmente na segunda metade da sessão, os acenos de que os Estados Unidos estão dispostos a negociar com Canadá, China e México.
Segundo a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, as falas mais brandas do presidente norte-americano, Donald Trump, mostram que os Estados Unidos estão aberto a negociações.
Para o sócio da Top Gain Leonardo Santana, a falta de um driver específico faz com que as atenções permaneçam voltadas para os ruídos comerciais gerados pelos Estados Unidos, mas que a divisa estadunidense tem viés de queda a curto prazo: “O novo suporte do dólar é R$ 5,70”, avalia.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em alta, após sessão marcada por volatilidade por conta das notícias vindas dos Estados Unidos e declarações do presidente Donald Trump.
Para o analista da Potenza Capital, Bruno Komura, as taxas estão voláteis por conta da incerteza global e os investidores devem se posicionar em mercados emergentes, como o Brasil.
Por volta das 16h55 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,930 de 14,905% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,905%, de 14,835, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,615%, de 14,620%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,490% de 14,480 na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 5,8154 para venda.
Os principais índices de ações do mercado dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto os investidores em Wall Street buscavam estabilidade após os últimos desenvolvimentos no cenário comercial global.
O governo chinês impôs tarifas de até 15% sobre as importações de carvão e gás natural liquefeito dos Estados unidos, além de aumentar em 10% as tarifas sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e carros selecionados, com efeito a partir de 10 de fevereiro.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,30%, 44.556,04 pontos
Nasdaq 100: +1,35%, 19.654,0 pontos
S&P 500: +0,72%, 6.037,88 pontos
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