Comércio global mantém recuperação, mas há riscos a crescimento, diz OMC

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São Paulo – O indicador global de bens da Organização Mundial do Comércio (OMC) subiu para 110,4, maior nível já registrado desde a primeira leitura do índice em julho de 2016, refletindo a recuperação da crise provocado pela pandemia de covid-19, mas ainda existem riscos ao crescimento.

O aumento no indicador “reflete tanto a força da atual expansão do comércio quanto a profundidade do choque induzido pela pandemia em 2020”, de acordo com a OMC.

“É notável que, embora ainda bem acima da tendência, o índice começou a subir a uma taxa menor, o que poderia ser um presságio um pico de impulso de alta no comércio”.

Segundo a OMC, “a covid-19 continua a representar a maior ameaça para as perspectivas para o comércio, uma vez que novas ondas de infecção podem facilmente prejudicar a recuperação”.

Além disso, as perspectiva para o comércio mundial continuam sendo ofuscadas por riscos de baixa, incluindo disparidades regionais, fraqueza contínua no comércio de serviços e cronogramas de vacinação atrasados, especialmente em países pobres.

Segundo a OMC, todos os subíndices ficaram acima da tendência no último mês, com avanço em frete aéreo (114,0), transporte de contêineres (110,8) e matérias-primas (104,7). Já as expectativas por novas encomendas de exportação (109,3) caíram, “fornecendo uma indicação adicional de que o ritmo de recuperação deverá desacelerar no curto prazo”.

A leitura do indicador de bens é consistente com a previsão da OMC por um aumento de 8% no volume do comércio mundial de mercadorias em 2021, após uma queda de 5,3% em 2020, de acordo com o comunicado.