As eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para 5 de novembro, apresentam Kamala Harris, atual vice-presidente, e Donald Trump, ex-presidente, como principais candidatos. As pesquisas indicam um empate técnico, com Harris levemente à frente após os debates realizados em setembro e outubro. A campanha de Harris foca em um estímulo econômico mais estável e previsível, enquanto Trump defende um enfoque mais agressivo nas políticas comerciais e cortes de impostos.
Economistas sugerem que a presidência de Harris poderia resultar em um desempenho econômico mais favorável, enquanto um novo mandato de Trump pode desencadear guerras comerciais prejudiciais ao crescimento do PIB. As propostas econômicas de Harris incluem gastos de US$ 1,7 trilhões em uma década, com foco em estímulos a pequenas empresas e o aumento de impostos para os mais ricos. Já Trump ainda não divulgou os custos exatos de seus planos, mas deve incluir cortes de impostos e aumento de gastos.
Em termos de mercado de trabalho, Harris promete expandir deduções fiscais para novos negócios e oferecer auxílio de US$ 25 mil para a compra do primeiro imóvel. Trump, por outro lado, foca em tarifas de importação e a redução de impostos para empresas que produzam nos EUA. Ambos os candidatos enfrentam a crescente preocupação com a desaceleração econômica e a alta da dívida pública, que ultrapassa US$ 35 trilhões.
No cenário internacional, Harris segue a linha de Biden em relação a conflitos geopolíticos, defendendo o direito de Israel à autodefesa e propondo uma solução de dois estados para o conflito israelense-palestino. Trump, por outro lado, criticou a postura de Harris e sugeriu que Israel não sobreviveria se ela fosse eleita. Em relação à Rússia e Ucrânia, Trump se posicionou a favor de Putin, prometendo encerrar o conflito em um dia, enquanto Harris deve manter o apoio a Ucrânia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Independentemente do resultado, a economia dos Estados Unidos deve permanecer resiliente, impulsionada por finanças domésticas e investimentos nos setores industrial e tecnológico. Contudo, as incertezas eleitorais continuam a pesar nas previsões. Especialistas alertam que o espaço para expansão fiscal será limitado devido ao alto custo do serviço da dívida pública.
Com o foco nas eleições, os mercados aguardam decisões que impactarão o crescimento econômico e o equilíbrio fiscal do país. A disputa entre Harris e Trump reflete profundas divergências não apenas sobre a condução da política interna, mas também sobre o papel dos Estados Unidos no cenário global.
As discussões sobre o futuro das políticas industriais e comerciais dos Estados Unidos, assim como os planos para fortalecer o mercado de trabalho, serão cruciais para definir o rumo da maior economia do mundo nos próximos anos. Enquanto Harris defende uma abordagem mais inclusiva, Trump segue com uma política de proteção à indústria doméstica e restrições ao comércio internacional.
Reportagem de Larissa Bernardes, Darlan de Azevedo, Erika Kamikava e Vanessa Zampronho / Safras News
Edição: Vanessa Zampronho / Safras News