São Paulo – O Índice de Confiança da Indústria (ICI) interrompeu em agosto uma sequência de quatro meses em alta, recuando 1,4 ponto em agosto em relação a julho e caindo a 107,0 pontos, conforme dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
De acordo com Claudia Perdigão, economista do FGV IBRE, o resultado foi influenciado pela piora da situação atual e pela acomodação das expectativas das empresas em relação aos próximos meses.
Em base mensal, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 2,4 pontos, a 109,4 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 0,3 ponto, a 104,6 pontos. Ambos retornam aos níveis de janeiro deste ano.
“A indústria de transformação vem desde o final do ano passado, enfrentando gargalos associados à escassez de insumos, recentemente agravado por problemas de logísticas nos mercados internacionais, e encarecimento da energia elétrica”, explica Claudia. “Aliado a isso, o aumento da incerteza diante da nova variante delta contribui para uma desaceleração no processo de recuperação da indústria”, conclui a economista.
A abertura dos componentes do ICI mostra que o nível de estoques caiu 2,5 pontos, para 111,9 pontos, maior nível desde março.
Ainda de acordo com a FGV, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada cedeu 0,4 ponto percentual, para 79,7%, no segundo maior valor em nove meses.
A edição deste mês da confiança da indústria coletou informações de 1.044 empresas entre os dias 1 e 25 de agosto. A próxima divulgação da sondagem industrial ocorrerá em 28 de setembro.