São Paulo – O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) interrompeu uma sequência de quatro meses em alta e recuou 0,4 ponto em agosto na comparação com o mês anterior, depois de alta de 1,3 ponto em julho, caindo a 81,8 pontos, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Após quatro meses em alta, a confiança dos consumidores acomodou-se em patamar ainda baixo em termos históricos”, disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora de sondagens da FGV.
De acordo com ela, há maior dificuldade entre os consumidores de menor poder aquisitivo, que enfrentam uma combinação de desemprego e inflação elevados e de crescimento do endividamento nos últimos meses.
Entretanto, prosseguiu Viviane, “a confiança dos consumidores de maior poder aquisitivo, que tem oscilado em níveis mais elevados, também recuou em agosto, possivelmente em função do aumento da incerteza em relação à pandemia com o avanço da variante Delta no país, ao adicionar dúvidas quanto ao ritmo possível de crescimento econômico nos próximos meses”.
A abertura do dado mensal mostra que o resultado reflete piora da percepção dos consumidores sobre a situação atual e acomodação em relação às expectativas futuras. Em base mensal, o Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 1,1 ponto, a 69,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) oscilou em alta de 0,1 ponto, a 90,9 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede o grau de satisfação sobre as finanças familiares caiu ao nível mais baixo desde abril, pesando sobre a percepção sobre a situação atual. Em relação às expectativas, o indicador que mede o otimismo em relação à situação econômica registrou forte retração.
Na análise por renda, houve piora da confiança para todas as faixas de renda, exceto para os consumidores com renda entre R$2.100,01 e R$4.800,00, cujo indicador retornou ao nível mais elevado desde dezembro do ano passado.
A edição deste mês coletou informações de 1.536 domicílios entre os dias 1 e 21 de agosto. A próxima divulgação da sondagem do consumidor será em 24 de setembro.