Confiança do consumidor sobe pela quinta vez seguida, diz FGV

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São Paulo, 23 de setembro de 2020 – O Indice de Confiança do Consumidor (ICC) manteve a tendência de crescimento e subiu pela quinta vez seguida, em 3,2 pontos em setembro em relação a agosto, a 83,4 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador segue no nível de março, quando a economia brasileira começou a ser impactada pela pandemia do novo coronavírus.

A abertura do dado mensal mostra que o resultado reflete a melhora da percepção sobre o presente e também em relação ao futuro. Em base mensal, o Indice de Situação Atual (ISA) subiu 1,1 ponto, a 72,6 pontos, enquanto o Indice de Expectativas (IE) avançou 4,4 pontos, a 91,5 pontos, também na quinta alta seguida.

Entre os quesitos que compõem o ICC, o indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação atual da economia acomodou-se, enquanto o indicador que mede a satisfação com a situação financeira familiar no momento subiu, mas ambos seguiram em patamares muito baixos em termos históricos.

Em relação às expectativas, houve um aumento no otimismo dos consumidores, porém com uma tendência de desaceleração nos últimos dois meses. Mais uma vez, a maior contribuição para a alta do IE veio do quesito que mede o ímpeto de compras de bens duráveis, que superou o nível pré-pandemia.

Já na análise por faixas de renda, houve melhora na confiança em todas as faixas, com destaque para as intermediárias. Já para os consumidores de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil), a piora está relacionada à falta de perspectiva sobre emprego e a situação familiar. Segundo a coordenadora das sondagens da FGV, Viviane Bittencourt, as expectativas ainda pessimistas dos consumidores de baixa renda chama a atenção.

“É algo que está possivelmente relacionado à proximidade do fim dos pagamentos dos benefícios emergenciais, um fator de incerteza e de preocupação a esses consumidores, que são a maior parcela da população brasileira”, explica a coordenadora da FGV. Para ela, se não houver uma recuperação mais expressiva do mercado de trabalho, o avanço da confiança dos consumidores será de forma lenta e heterogênea.

A edição deste mês coletou informações de 1.686 domicílios entre os dias 1 e 19 de setembro. A próxima divulgação da sondagem do consumidor será em 23 de outubro.

Olívia Bulla / Agência CMA