Conflito na Ucrânia desafia distribuição de combustíveis, diz Vibra Energia

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São Paulo – Em relação à volatilidade dos preços e dos prêmios no setor de distribuição de combustíveis no contexto dos impactos do conflito na Ucrânia, que tem gerado volatilidade aos preços do petróleo e outras commodities no mercado internacional, a Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, espera que o mercado continue apertado em abril e que vem sendo muito procurados por diversos distribuidores, mas que, por conta da alta demanda, tem priorizado o atendimento aos seus clientes e à sua rede de distribuição.
O presidente da companhia disse que o acesso à importação é preferencialmente pelo Golfo e que tem ido à India, para robustecer a atividade de importação. “A nossa capacidade de importação fortalece o atendimento, pois já temos operações estabelecidas”, disse o CEO, na conferência de resultados da companhia, na manhã de hoje.
Segundo o diretor executivo da Vibra, André Natal, o medo de importar produtos (diretamente) com valor muito alto fez com que os competidores do mercado optarem por comprar no mercado interno, o que favoreceu os negócios da companhia, que é uma importadora. “Se por um lado isso cria um ambiente competitivo e aumentou nosso share ao longo do primeiro bimestre, as variações
(de preços) são tão grandes que trazem desafios em custo, em avaliar como o mercado está fazendo os repasses e requer uma análise para não gerar captura ou perda de mercado”, comentou Natal.
“Se os movimentos do petróleo são muito bruscos, pode ter perdas de hedge por conta da variação do estoque e isso pode gerar variações contábeis, mas os estoques estão normalizados”, acrescentou.
“Mas os sinais vitais da companhia estão saudáveis, tanto em relação a estoques quanto à sua contabilidade”, disse o diretor.
Entre os destaques do quarto trimestre, a companhia destacou a margem recorde de R$ 160 por metro cúbico, 2% maior que no mesmo intervalo de 2020, graças ao crescimento de market share, para 28,9% ao final de 2021, um crescimento de 1,3 ponto percentual na mesma base de comparação.
MAIS SOLUÇÕES EM ENERGIA
A companhia disse que a participação na Comerc trará oportunidades em comercialização de energia e em energia renovável, por meio de um grupo projetos que não foram precificados na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da comercializadora. “A companhia vai criar muito valor além dos R$ 1,4 bilhão registrados”, comentou Wilson Ferreira Junior, presidente da companhia, na conferência de resultados realizada na manhã de hoje.
Segundo o acordo anunciado pelas empresas em outubro de 2021, a participação da Vibra na companhia chegará a 50%, de 30% atual.
O executivo disse que a companhia fará roadshows para convencer os investidores sobre o potencial de sinergias potencial para acessar clientes com a Comerc, em vendas cruzadas para combustíveis, ofertas adicionais que vão “encantar” os clientes da companhia, como a customização da oferta de energia e com fontes “mais limpas”.
Em 2021, a companhia completou 50 anos e dois anos privatizada, e nos próximos anos espera ampliar sua participação para diversos mercados. “A transformação de BR Distribuidora para Vibra Energia é ampliar nossos mercados de atuação. Nosso desafio para os próximos anos é crescer em energias renováveis, no mercado de gás e nos combustíveis da próxima década, como o hidrogênio verde e ter o reconhecimento do mercado”, destacou o presidente da Vibra.
Em termos de alocação de capital, outras frentes de crescimento destacadas pela companhia, além do fortalecimento de seu negócio principal de postos de combustível, conveniência, trading de etanol e comercialização de energia elétrica, foram a oferta de gás natural e biometano, soluções para carregamento de veículos elétricos, programa de relacionamento, além de outras apostas graduais em inovação, como hidrogênio e células de combustível e novas soluções para mobilidade. A companhia também destacou a aposta na nova oferta de gasolinas aditivadas desenvolvidas em parceria com a Basf.
Em relação à distribuição de lucros aos acionistas, a Vibra disse que seguirá avaliando oportunidades, dentro do seu planos de investimentos. Em 2021, a companhia distribuiu R$3,8 bilhões em dividendos e buyback aos acionistas.