Congresso dos EUA quer limitar poder de Trump contra o Irã

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Por Júlio Viana e Carolina Gama

São Paulo – A presidente da Câmara de Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, anunciou que a casa deve votar em uma resolução nesta semana para assegurar que nenhuma outra ação relacionada ao conflito como Irã seja tomada antes que o Congresso seja consultado.

“Nesta semana, a Câmara apresentará e votará uma Resolução de Poderes de Guerra para limitar as ações militares do presidente [norte-americano, Donald Trump] em relação ao Irã”, afirmou Pelosi em comunicado à imprensa.

“Esta resolução é semelhante à apresentada pelo senador Tim Kaine no Senado. Reafirma as responsabilidades de supervisão estabelecidas há muito tempo pelo Congresso, determinando que, se nenhuma outra ação do Congresso for tomada, as hostilidades militares da Administração com relação ao Irã cessarão em 30 dias”, escreveu a presidente da Câmara.

Segundo Pelosi, a resolução deve ser liderada pela congressista Elissa Slotkin, que já atuou como analista na CIA e no Departamento de Defesa, tendo feito tours na região do Oriente Médio para governos democratas e republicanos.

ARMAS NUCLEARES

O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que o Irã não terá armas nucleares depois que Teerã informou que não cumprirá os limites de enriquecimento de urânio estabelecido pelo acordo nuclear de 2015 ao qual os Estados Unidos já não fazem mais parte desde maio do ano de 2018.

“O Irã nunca terá uma arma nuclear”, disse Trump em uma mensagem no Twitter sem dar mais detalhes.

Em um anúncio na televisão iraniana ontem, Teerã não revogou totalmente o acordo – que limita o programa nuclear do país em troca da suspensão de sanções econômicas. Mas a decisão implica que o Irã pode instalar novas centrífugas e aumentar ainda mais a pureza do combustível aproximá-lo mais do material usado nas armas.

A tensão entre Washington e Teerã se agravou depois que, na semana passada, um ataque aéreo comandado pelos Estados Unidos nas proximidades do aeroporto de Bagdá, no Iraque, matou o comandante das forças Quds – uma ala da Guarda Revolucionária do Irã – Qassem Soleimani.