O Conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA) vai se reunir amanhã (31) para discutir as eleições na Venezuela. Hoje mais cedo, a entidade emitiu um comunicado expressando preocupação com a condução do processo eleitoral no país.
“A situação tem sido marcada por graves problemas, sendo o mais sério a negação de soluções por meio de eleições livres, que deveria ser garantida pelas instituições venezuelanas para assegurar a liberdade política e proteger os direitos dos cidadãos”, diz um trecho do documento.
A OEA continua dizendo que o regime venezuelano distorceu completamente os resultados, tornando-os suscetíveis à manipulação. “O regime de Maduro ignorou importantes atores internacionais e realizou um processo eleitoral sem garantias ou mecanismos adequados para assegurar a transparência. O manejo inadequado dos resultados eleitorais foi evidente, muitas vezes de forma rudimentar”.
A entidade afirma que a questão da auditoria ou recontagem das atas é problemática, pois o material eleitoral não teve condições adequadas de segurança e controle. “Dado que a oposição já apresentou as atas que indicam sua vitória e o regime, incluindo o CNE, ainda não apresentou suas próprias atas, é crucial que Maduro aceite as atas em poder da oposição e reconheça sua derrota para abrir caminho para o retorno à democracia na Venezuela. Caso contrário, serão necessárias novas eleições, com a presença de missões de observação da União Europeia e da OEA e um novo CNE, para reduzir as irregularidades institucionais”.
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmou que “nenhuma revolução deve deixar as pessoas com menos direitos e mais desigualdades. Ele lamenta a falta de memória da comunidade internacional, que leva à repetição de erros e à necessidade de reiterar pronunciamentos e conceitos antigos”, conclui o documento.