São Paulo – Alguns membros Conselho do Banco do Japão (BoJ) afirmaram que podem ser necessários ajustes no programa de compra de ativos, enquanto outros abordaram o caminho de longo prazo para alcançar a meta de inflação de 2% em meio à crise da pandemia de covid-19, de acordo com a ata da reunião realizada nos dias 28 e 29 de outubro.
Na ocasião, o BoJ manteve a taxa de depósitos em -0,1% e a meta para juros de 10 anos em zero, e não anunciou alterações no seu programa de compra de ativos e em sem programa de empréstimos para apoiar o financiamento corporativo durante a pandemia.
Um membro disse que é necessário continuar no momento as compras de ativos, mas “dado que o afrouxamento monetário deveria ser prolongado, o banco deve buscar maneiras de aumentar a sustentabilidade da medida de política para que ela não enfrente dificuldades em realizar tais compras quando uma redução dos prêmios de risco dos preços dos ativos for absolutamente necessária”.
Outro membro disse que valia a pena apoiar firmemente o financiamento corporativo, “mas deve-se prestar atenção à possibilidade de que quanto mais prolongada for a resposta à crise, mais as reformas estruturais e em direção ao crescimento sustentável serão adiadas”.
Um membro diferente observou que, do ponto de vista de conter a propagação da pandemia e melhor a atividade econômica, é necessário que o banco “discuta profundamente as respostas das políticas que visa a atingir a meta de estabilidade de preços de 2%”.
Outro membro alertou para o risco de deflação por um período prolongado se a covid-19 se espalhar novamente e a atividade econômica for reduzida, possibilidade que merece atenção na condução da política monetária, de acordo com a ata.
O BoJ compra sem limites títulos do governo japonês e realiza compras anuais de ETFs (fundo de índice, ou exchange-traded fund, em inglês) de 12,0 trilhões de ienes. O banco também criou um mecanismo de empréstimos para apoiar empresas durante a pandemia de covid-19.