Construção: analistas enxergam ano difícil para setor e aconselham seletividade a investidores

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São Paulo – O BTG Pactual prevê ano difícil para as construtoras residenciais focadas em média/alta renda por conta das taxas de juros mais altas e pior poder de compra além de explica sua visão cautelosa sobre o setor, apesar de avaliações atrativas.

“Fomos surpreendidos positivamente por um mercado imobiliário forte em 2022, com vendas quase recordes na cidade de São Paulo e preços das casas em alta de 5 % frente ao mesmo período de 2021, além de lançamentos agregados 17% maiores e vendas líquidas 29% mais altas em base anual, dizem os analistas do BTG.

“Mas o cenário macro realmente azedou: as taxas de hipoteca subiram 400 bps desde janeiro de 2021 para TR+11% em base anual e a confiança do consumidor caíram, além do poder de compra de compradores de casas ter piorado muito.”

Assim,os analistas escolhem Cyrela e Lavvi entre as companhias do setor, e rebaixam a classificação das ações da Even, Helbor, Mitre, Tecnisa e Trisul para neutra.

O BTG analisa, ainda, que apesar dos fortes lançamentos e vendas terem sido positivos para as incorporadoras, eles também causaram dois problemas para 2023: os estoques dispararam para um recorde de 71 em São Paulo e os preços dos imóveis pararam de crescer – depois de depois de subirem 13% desde janeiro de 2020, estão estáveis desde meados de 2022

Assim, seguem com visão mais conservadora a respeito das empresas do setor e cortaram suas estimativas de vendas líquidas em 8% para 2023.

“Embora as avaliações sejam atraentes em todos os setores, com todas as ações sendo negociadas abaixo do valor contábil, uma reavaliação levará tempo. Aconselhamos os investidores a serem seletivos, evitando empresas com maior endividamento, maior duração de estoque e baixa carteira de receitas”, concluiu a análise.