São Paulo – A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apurou expansão de 1,8% e 1,9% em consumo e geração de energia elétrica em fevereiro, para 70.670 megawatts (MW) médios e 66.810 MW médios, respectivamente, em comparação ao apurado no mesmo mês de 2020, devido ao crescimento do mercado livre e da atividade industrial.
O aumento do consumo foi impulsionado pelo crescimento de 9,4% no ambiente de contratação livre (ACL), o chamado mercado livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais, em base de comparação anual. Já o ambiente de contratação regulado (ACR), em que estão os consumidores de pequeno porte, que adquirem energia das distribuidoras, registrou queda de 1,6%.
Segundo a CCEE, os números dão continuidade à série de aumentos expressivos apresentados pelo mercado livre desde agosto de 2020. Já no mercado regulado, após uma recuperação um pouco mais intensa em dezembro, os resultados voltam a recuar. A entidade também pontua que 2020 teve um dia a menos para ser contabilizado por ter sido um ano bissexto.
Boa parte do crescimento do ACL, no entanto, se explica pela migração de consumidores entre os segmentos. Se esse efeito for excluído dos cálculos, o ambiente registra uma ampliação menor, de 4,2%, e o ACR passa a ter um aumento de consumo, de 0,8%, segundo o levantamento da entidade.
No mês passado, houve aumento do consumo de energia em 11 dos 15 ramos de atividades analisados, de 9,5% para minerais não metálicos, 7% para metalurgia e produtos de metal, 6,4% para Químicos e 6% para extração de minerais metálicos. Já o recuo no consumo foi observado nos segmentos de serviços (-7,7%), transportes (-6,3%), comércio (-3,5%) e telecomunicações (-2,4%).
Por regiões, a região Sudeste/Centro-Oeste apresentou alta de 3,3% no consumo de energia, influenciada pela expansão dos estados de Minas Gerais (5%) e São Paulo (6%), que, no período, representavam 38,5% do consumo do Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo a análise, os resultados de ambas as regiões foram potencializados pela performance dos setores de metalurgia e produtos de metal (5,3%) e de extração de minerais metálicos (10,7%).
GERAÇÃO
O avanço de 1,9% em geração de energia em fevereiro, em relação ao mesmo mês de 2020, considera as restrições hídricas do período, que reduziram a a geração por essa fonte em 5,6%, para 52.831 MW médios e elevaram a geração térmica em 35,2%, para 11.773 MW médios, já considerando as importações de 923,69 MW médios no mês. A geração eólica teve alta 34,2%, para 5.444 MW médios e a fonte solar fotovoltaica caiu 0,2% para 621 MW médios.