Consumo nos lares brasileiros cresce 7,75% em julho, aponta Abras

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São Paulo – A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou hoje que o consumo dos lares em julho (mês que antecede a liberação de recursos do pacote de benefícios aprovado pelo Congresso Nacional) teve alta de 7,75% em comparação a junho. No ano, o consumo nos lares acumula alta de 2,57%.

Na comparação com junho de 2021, a alta é de 8,02%. O resultado contempla os formatos de loja: atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.

Todos os indicadores são deflacionados pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em julho, além da desaceleração nos preços dos alimentos, o mês teve cinco finais de semana, o que contribuiu para um maior número idas ao ponto de venda.

“Monitoramos desde julho os primeiros sinais de retração nos preços de alguns itens que tiveram altas expressivas decorrentes de fatores climáticos, sazonais e das commodities que vêm pressionando a cesta de alimentos desde o início do ano. Se mantida essa menor pressão inflacionária, o consumo tende a ser crescente neste segundo semestre diante do crescimento do emprego e dos recursos injetados na economia, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Em julho, a variação de preços do Abrasmercado atingiu o menor patamar do ano, com alta de 0,63%. O indicador detectou a queda de preços em produtos básicos como óleo de soja, feijão, arroz, açúcar e nos itens da cesta de hortifrutigranjeiros, dentre eles batata, tomate, cebola.

Pelo segundo mês consecutivo, o óleo de soja apresentou retração. Na comparação com junho o preço caiu -2,41%. E, pela primeira vez, após seis meses de alta, o preço do feijão ficou -1,69% mais baixo.

O indicador apontou ainda a terceira queda no preço do açúcar, que em julho retraiu -0,60%. O arroz teve menor variação nos preços, de -0,11%, e acumula queda de -5,77% em 12 meses.

As maiores quedas nos preços vieram dos hortifrutigranjeiros que impactaram a cesta desde o início do ano por problemas climáticos, menor oferta nas regiões produtoras e altos custos dos fretes. Dentre eles, tomate (-23,68%), batata (-16,62%), cebola (-5,55%).

O preço das proteínas variou menos de 1% em julho. Os destaques foram carne traseiro (-0,83%) – quarta queda no ano -, ovo (+0,42%), pernil (+0,43%), frango congelado (+0,69%). Dos cortes bovinos analisados pelo Abrasmercado, a maior alta foi do dianteiro (+1,14%) depois de dois meses seguidos de retração.

Na contramão das quedas de preços, a cesta nacional foi fortemente pressionada pelos produtos lácteos. Em julho, quatro das cinco maiores altas foram puxadas por leite e derivados. O leite longa vida ficou 25,46% mais caro e os derivados cerca de +5%. Dentre eles, leite em pó (+5,36%), queijo muçarela (+5,28%), queijo prato (+5,18%).

Outro item com significativa alta foi o sal (+3,96%). Custos com frete e embalagens vem encarecendo o produto, que acumula alta de 11,75% no ano. Na categoria de higiene e beleza as altas foram puxadas por sabonete (+1,97%), xampu (+1,10%), papel higiênico (+1,01%), creme dental (+0,99%). Na cesta de limpeza, a maior alta foi registrada no sabão em pó (+2,14%), detergente líquido para louças (+1,66%), desinfetante (+1,20%), água sanitária (+0,22%).

Em julho, a cesta nacional composta por 35 produtos de largo consumo como alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza passou de R$ 773,44 para R$ 778,32. No ano, a alta é de 11,10%.

Em linha com a retração nos preços da cesta nacional, a região Nordeste apresentou variação negativa nos preços da cesta, de -0,14%, e teve a cesta mais barata dentre as cinco regiões. Em julho, o valor médio foi de R$ 690,64.

Outra variação negativa veio da região Norte, de -0,07%, com preços médios da cesta em R$ 833,08.

Na região Sul, a variação no preço da cesta foi de +0,15%, a menor variação do ano. Em julho, o preço médio da cesta foi de R$ 880,05 e a região tem a cesta mais cara do País.

As regiões Centro-Oeste e Sudeste tiveram as maiores variações: de +1,85% e +1,86%, nesta ordem. As cestas custaram, em média, R$ 716,09 e R$ 769,86, respectivamente.