Consumo nos Lares Brasileiros encerra o ano em alta de 3,89% segundo Abras

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São Paulo, 26 de janeiro de 2023 – Auxílios e benefícios sociais sustentaram o Consumo nos Lares Brasileiros ao longo de 2022 e o indicador encerrou o ano em alta de 3,89%. É o maior resultado acumulado desde junho de 2021 quando o indicador atingiu 4,01%.

No cenário macroeconômico, a deflação no preço dos alimentos básicos, o pagamento do pacote de benefícios sociais, o aumento do emprego formal deram impulso ao consumo de forma ainda mais expressiva no último trimestre. No período, o indicador permaneceu em patamar acima de 3%, com altas acumuladas em outubro (3,02%), novembro (3,52%), dezembro (3,89%).

Na comparação com o mês anterior (dezembro x novembro) houve alta de 15,19% no consumo nos lares. Na comparação interanual (dezembro 21 x dezembro 22) a alta é de 6,23%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do indicador superou as projeções da Associação Brasileira de Supermercados estimadas entre 3,00% e 3,30% – que foram revistas em agosto após a liberação do pacote de benefícios de cerca de R$ 42 bi pelo governo federal para os programas Auxílios Brasil, Gás, Caminhoneiro e Taxista. Analistas da entidade calcularam, na época, que cerca de 50% do montante seria destinado à compra de alimentos nos supermercados. O levantamento contempla todos os formatos e canais de venda operados pelos supermercados.

Para o vice-presidente Institucional da ABRAS, Marcio Milan, a previsibilidade nos recebimentos dos auxílios e ampliação do número de beneficiários ao longo do ano foram decisivos para a impulsionar o consumo dos gêneros alimentícios, principalmente para famílias com menor poder aquisitivo devido a elevada inflação que impactou a cesta de alimentos.

2023

“Nossas análises sinalizam para um crescimento positivo do Consumo nos Lares. Sabemos que há um comprometimento da renda com pagamento de dívidas e uma parcela significativa é empenhada para as tradicionais despesas de início do ano. Por outro lado, o reajuste do salário-mínimo em percentual acima da inflação, a manutenção do pagamento do Bolsa Família em R$ 600,00 e o pagamento (previsto a partir de março) de R$ 150,00 por criança de até seis anos para as famílias inscritas nos programas de transferência de renda, devem trazem recursos que são destinados a composição da cesta de abastecimento dos lares. Nessa leitura inicial do cenário, eles são recursos que trazem segurança para os beneficiários e mais assertividade às operações do varejo”, analisa Milan.

ABRASMERCADO

O Abrasmercado – indicador que mede a variação de preços nos supermercados – encerrou o ano em alta de 7,69% na cesta composta por 35 produtos de largo consumo, dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza.

No recorte da cesta básica com 12 alimentos houve variação de +0,39% em dezembro ante novembro e o preço médio ficou em R$ 317,56. As principais quedas foram puxadas por leite longa vida (-3,83%), farinha de trigo (-1,76%), carne (-0,71%), queijo (-0,39), café moído (-0,31%).

Dentre os alimentos que mais pressionaram o preço da cesta de alimentos no ano os destaques são batata (+56,89), cebola (+51,10%), queijo mussarela (+48,05%), farinha de mandioca (+43,34%), refrigerante (+35,66%), farinha de trigo (+33,98).

Na contramão, a carne bovina registrou deflação no acumulado do ano e encerrou o período em queda de -4,77 para os cortes dianteiro e de -3,96 para traseiro. Outras variações negativas foram registradas no biscoito cream cracker (-8,03%), leite longa vida (-4,83%), açúcar refinado (-4,55%), óleo de soja (-4,41%).

Na categoria de higiene e beleza, os produtos com maior variação nos preços foram: sabonete (+27,15%), papel higiênico (+19,07%), creme dental (+15,06%), xampu (+14,72).

Na cesta de limpeza as maiores variações foram puxadas por sabão em pó (+28,93%), detergente líquido para louças (+18,10%), desinfetante (+13,32%).

Na análise regional, a menor variação no acumulado do ano foi registrada na região Nordeste (+6,53%), seguida por Norte (+8,25%), Sul (+9,12%), Centro-Oeste (+9,48%), Sudeste (12,56%).

Quanto ao preço médio, a região Sul registrou em dezembro a cesta mais cara do País (R$ 843,36), seguida por Norte (R$ 832,62), Sudeste (R$ 760,26), Centro-Oeste (R$ 703,47) e Nordeste (R$ 684,51).