São Paulo – O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, tornou público no último sábado (31) que continua no governo sem renunciar ao cargo por respeito aos eleitores. Recentemente, ele foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, que disse que o vice-presidente é como cunhado: “você casa e tem que aturar”.
“Desde 2018 tenho viajado pelo Brasil e muitas pessoas falam que votaram na chapa JB-Mourão por confiar em mim. Em respeito a essas pessoas e a mim mesmo, pois nunca abandonei uma missão, não importam as intercorrências, sigo neste governo até o fim”, disse ele em sua conta no Twitter.
Segundo informações divulgadas na imprensa no final da semana passada, Mourão teria sido aconselhado por aliados a deixar o governo. Além das várias trocas de farpas entre ele e o presidente Bolsonaro e a demonstração pública de insatisfação do vice-presidente por não participar das reuniões do governo, pesou uma discussão recente entre ele e Bolsonaro a respeito de direitos trabalhistas.
Em evento na última semana, o vice-presidente criticou a existência do 13o salário e o pagamento do adicional de férias aos trabalhadores. Ele é um crítico destas políticas desde antes da eleição dele e de Bolsonaro para o governo federal. Horas depois das declarações de Mourão, Bolsonaro foi às redes sociais sugerindo que o vice-presidente desconhecia a lei.
“O 13o salário do trabalhador está previsto no art. 7o da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (Não passível de ser suprimido sequer por Proposta de Emenda à Constituição)”, disse Bolsonaro. “Criticá-lo, além de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, acrescentou.
