São Paulo, SP – A Copel divulgou ontem o balanço do segundo trimestre de 2022, que registrou prejuízo líquido de R$ 522,4 milhões ante lucro líquido de R$ 957 milhões registrado no mesmo período de 2021, ocasionado pelos efeitos da Lei 14.385/2022 com a
provisão para destinação de créditos de PIS e Cofins com efeito líquido de R$ 1,2 bilhão no
resultado do trimestre.
Segundo o relatório, se não houvesse o referido efeito, o lucro líquido seria de R$ 666,6 milhões, explicou a companhia. Além dos itens já citados, destaca-se o aumento de R$ 67
milhões na linha “depreciação e amortização” devido, basicamente, a entrada dos novos ativos (Complexo Eólico Vilas e PCH Bela Vista) e da adesão, em 2021, à repactuação do risco hidrológico (GSF).
“Os valores acima não consideram os efeitos da reclassificação contábil referentes a operação descontinuada da Copel Telecom. Dessa forma, incluindo os valores provenientes de operações descontinuadas, o lucro líquido registrado para o segundo trimestre de 2021 foi de R$ 1 bilhão”, detalhou a companhia.
Os custos e despesas operacionais, desconsiderando o efeito negativo de R$ 810,6 milhões referente a provisão da destinação de créditos de PIS e Cofins, totalizaram R$ 4,26 bilhões ante R$ 4,23 bilhões registrados no segundo trimestre de 2021, aumento de R$ 35 milhões
(+0,8%), devido, principalmente ao aumento de R$ 154,4 milhões na linha “provisões e reversões”.
No acumulado do ano até junho, o total de custos e despesas operacionais atingiu R$ 8,7 bilhões, valor 6,5% superior aos R$ 8,2 bilhões registrados no mesmo período de 2021.
O total da dívida consolidada da Copel somava R$ 12,9 bilhões em 30 de junho de 2022, variação de 9,1% em relação ao montante registrado em 31 de dezembro de 2021, de R$ 11,8 bilhões. No final do segundo trimestre de 2022, o endividamento bruto representava 61,6% do patrimônio líquido consolidado, que era de R$ 20,9 bilhões.
O Ebitda ajustado, excluídos os itens não recorrentes, atingiu R$ 1,499 bilhão no 2T22, montante 9,4% superior aos R$ 1,371 bilhão registrados no segundo trimestre de 2021.
“Esse aumento deve-se, sobretudo, ao resultado dos ativos de geração e transmissão, parcialmente compensado, principalmente, pelo desempenho da UTE Araucária, que não registrou despacho no período”, afirmou a Copel.
A receita operacional líquida totalizou R$ 5,2 bilhões, redução de 3,1% em relação aos R$ 5,4 bilhões registrados no segundo trimestre de 2021. O resultado é reflexo, principalmente, da redução de R$ 274,1 milhões com suprimento de energia elétrica e redução de R$ 205,8 milhões na receita de disponibilidade de rede elétrica
O Ebitda do trimestre, abrangendo os fatores não recorrentes, totalizou R$ 709,4 milhões, montante 53,1% inferior aos R$ 1.514,1 milhões registrados no segundo trimestre de 2021.
O Ebitda ajustado, excluídos os itens não recorrentes, atingiu R$ 1,4 bilhão, 9,4% superior aos R$ 1,3 bilhão registrados no segundo trimestre de 2021.
Considerando o primeiro semestre de 2022, o Ebitda ajustado atingiu R$ 2,9 bilhões, montante 10,8% superior aos R$ 2,6 bilhões registrados no primeiro semestre de 2021, justificado, essencialmente, pelo melhor resultado dos ativos de geração e transmissão, parcialmente compensado, principalmente, pelo desempenho da UTE Araucária que registrou menor despacho no período (238 GWh no primeiro semestre de 2022 ante 1.195GWh no primeiro semestre de 2021).
A companhia informou que, desconsiderando o efeito negativo de R$ 1 bilhão referente a atualização da provisão da destinação de créditos de PIS e Cofins, o resultado financeiro foi
negativo em R$ 267,4 milhões, ante R$ 9,4 milhões positivo registrado no segundo trimestre de 2021, reflexo, sobretudo, dos juros mais elevados no período e do maio saldo de empréstimos e financiamentos (R$ 12,9 bilhões vs R$ 9,6 bilhões no segundo trimestre de 2021).
Geração e transmissão
A Copel GeT apresentou Ebitda consolidado de R$ 1.035,1 milhões, uma redução de 2,9% em relação aos R$ 1.065,6 milhões do segundo trimestre de 2021. Excetuando-se os efeitos extraordinários, relativos ao registro de impairment de R$ 34,5 milhões, ante a reversão do impairment de UEGA em menos R$ 138,8 milhões no segundo trimestre de 2021, e o decréscimo de R$ 16,7 milhões em provisão por desempenho e participação nos lucros relativo aos efeitos da Lei 14.385/2022 sobre a devolução dos créditos de PIS/Cofins, o Ebitda ajustado da Copel GeT apresentou aumento de 11,9% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
O volume de energia vendida da Copel Geração e Transmissão (incluindo a energia oriunda de UHE Foz do Areia FDA e PCH Bela Vista BVE, mas excluindo UTE Araucária) atingiu 4.257 GWh no segundo trimestre de 2022, um aumento de 5,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Para os parques eólicos, total de energia vendida foi de 709 GWh, um aumento de 27,1%, influenciado, principalmente, pelo Complexo Vilas, que desde dezembro/21 está no portfólio de energia da companhia e representou neste trimestre 26,1% da geração própria das eólicas.
Distribuição
O Ebitda ajustado da Copel Distribuição foi de R$ 337,1 milhões, resultado 10,6% abaixo do registrado no segundo trimestre de 2021. Esta redução deve-se, principalmente, ao
aumento dos custos com material, serviços e outros custos operacionais (MSO), parcialmente compensada pela redução dos custos com pessoal e administradores (P) e pelo crescimento do mercado-fio no período, valorado pelo efeito médio de um aumento de 8,73% nas tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD), resultado da 5 revisão tarifária periódica da companhia.
A Copel Distribuição registrou Ebitda ajustado de R$ 1,5 bilhõa nos últimos 12 meses, montante 12% acima do Ebitda regulatório, equivalente a uma eficiência de R$ 170,2
milhões.
O mercado-fio da Copel Distribuição, composto pelo mercado cativo, pelo suprimento a concessionárias e permissionárias dentro do Estado do Paraná e pela totalidade dos consumidores livres existentes na sua área de concessão, apresentou um crescimento de 1,7% no consumo de energia elétrica em relação ao segundo trimestre de 2021 e de 3,8% no acumulado do ano.
O consumo do mercado cativo da Copel Distribuição apresentou uma redução 1,2% em relação ao segundo trimestre de 2021 e um aumento de 2,1% no acumulado do ano. Considerando a energia compensada de Mini e Micro Geração Distribuída MMGD, o mercado cativo faturado registrou uma redução de 3,5% no segundo trimestre de 2022 e uma redução de 0,3% no acumulado do ano.
A Copel Mercado Livre apresentou Ebitda ajustado de R$ 21,2 milhões, montante 11,2% superior aos R$ 19,0 milhões registrados no segundo trimestre de 2021, reflexo, principalmente, do aumento de 6,3% no volume de energia vendida, impactada pelo crescimento da venda para consumidores livres em 41,9% e contratos bilaterais em 12,4%.
O lucro líquido foi de R$ 22,4 milhões, uma redução de 16,9% em relação aos R$ 27 milhões do segundo trimestre de 2021. Desconsiderando os itens não recorrentes nos períodos, o lucro líquido ajustado foi de R$ 19 milhões, montante 27,7 % maior comparado ao mesmo período do ano anterior de R$ 15 milhões.