São Paulo, 31 de outubro de 2023 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje, em Brasília, a sétima reunião do ano. O futuro a taxa básica de juros básica da economia brasileira, a Selic, para os próximos 45 dias, será anunciado no final da quarta, a partir das 18h30.
O órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 12,75% ao ano. A aposta quase consensual dos analistas é de um corte de 0,50 ponto percentual. As atenções do mercado estarão voltadas para o comunicado do Copom e suas sinalizações. Os membros do Comitê deverão ratificar também que um novo corte da mesma magnitude deverá ocorrer em dezembro, quando será realizada a última reunião do ano.
A Warren Rena aposta que o Copom vai reduzir a Selic em 0,50 p.p.para 12,25%, em linha com o sinalizado na reunião anterior e a visão consensual do mercado. “Consideramos ainda como mais provável que o comunicado repita a mensagem de que os membros do Comitê anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário, colocando uma barra alta tanto para aceleração quanto para a desaceleração do ritmo de ajuste”.
Segundo a Warren, desde a última reunião, não se materializou nenhum dos fatores citados na ata que poderiam elevar ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva. As expectativas de inflação mais longas (2025 e 2026) permaneceram rígidas em 3,50%, os dados de atividade mostraram alguma moderação (mas sem configurar uma “abertura contundente do hiato do produto) e, apesar do avanço da desinflação de serviços, a avaliação do Copom deve ser no sentido de que é preciso aguardar mais dados para qualificar como uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada. “Por outro lado, não vemos razão para que o Copom desacelere o ritmo para -0,25 p.p”.
Desde a última reunião do Copom, os índices de inflação tiveram aberturas benignas, enquanto a atividade econômica apresentou sinais de enfraquecimento. “Por outro lado, o aumento expressivo dos juros de longo prazo nos Estados Unidos eleva as incertezas no ambiente macroeconômico e pressiona ativos financeiros”, avalia XP.
“Os dados recentes sobre inflação e atividade continuam a sugerir espaço para flexibilização monetária, mas acreditamos que uma aceleração no ritmo de corte é cada vez menos provável, em linha com a elevação nos juros americanos e riscos fiscais persistentes no quadro doméstico”, avalia a XP. “Assim, acreditamos que o Copom diminuirá a taxa Selic em 0,50pp nesta semana e sinalizará manutenção do ritmo para as próximas reuniões. Projetamos redução até junho de 2024, com a taxa básica atingindo 10,00%”.
O Bank of America (BofA) espera que o Copom decida por cortar a Selic em 50 pontos base, para 12,25%, por unanimidade, na quarta-feira. “O cenário externo deteriorou-se devido à guerra, a taxa de câmbio depreciou-se, mas a atividade recuou e a inflação subjacente continuou a desacelerar. A orientação deve limitar-se apenas à próxima reunião e o comité deve realçar a incerteza do lado externo para manter o ritmo de flexibilização monetária, apesar das condições internas favoráveis”.
Com a incorporação do resultado de setembro e a divulgação do reajuste da gasolina da Petrobras, a projeção para 2023 deve cair para 4,6%. No restante do horizonte, a depreciação cambial não teve impacto relevante nos resultados da inflação.
O Itaú espera um corte de 50 p.b. da taxa Selic para 12,25% a.a., com as autoridades repetindo, no comunicado, que anteveem reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões. “Em nossa visão, uma mudança nesta sinalização (por exemplo, desviando do plural para o singular) poderia gerar, neste momento, uma interpretação assimétrica a favor de um corte mais moderado à frente, de 25 p.b., mas entendemos que os fundamentos atuais não justificam tal desaceleração. Apesar do ambiente externo ter se tornado mais complexo (com aumento dos juros longos nos Estados Unidos e deflagração do conflito no Oriente Médio), a depreciação do real em relação ao dólar foi moderada, e, no âmbito doméstico, as divulgações de inflação mostraram dados mais benignos, com queda das principais medidas de núcleos”, explica o Itaú, em relatório.
As projeções de inflação do comitê no cenário de referência devem recuar 0,3 p.p. em 2023 para 4,7%, incorporando o corte do preço de gasolina na refinaria pela Petrobras. ‘Não esperamos mudanças nas projeções para 2024 e 2025 (em 3,5% e 3,1%, respectivamente)”, completa.
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