Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 2% ao ano (aa). O comunicado emitido pelo Comitê na decisão de setembro já indicava que a taxa seria mantida. A decisão, que foi unânime, ficou em linha com a previsão das 15 instituições financeiras consultadas pela Agência CMA.
Segundo análise economista Silvio Campos, da Tendências Consultoria, “as pressões inflacionárias das últimas semanas não alteram de forma significativa a dinâmica de inflação para o próximo ano e por enquanto o BC deve manter a taxa básica de juros”.
No entanto, Campos afirmou que o comitê deve se manter vigilante em relação aos movimentos inflacionários e, sobretudo, ao quadro fiscal, que ainda é um risco para economia no geral e em especial para política monetária.
O comunicado divulgado após a decisão considerou que a retomada de alguns setores no mercado externo apresenta desaceleração devido à segunda onda de contaminação da pandemia de coronavírus.
O comunicado pontuou, no entanto, que o ambiente segue relativamente favorável para as economias emergentes. “Há bastante incerteza sobre a evolução desse cenário, frente a uma possível redução dos estímulos governamentais e à própria evolução da Covid-19. Contudo, a moderação na volatilidade dos ativos financeiros segue resultando em um ambiente relativamente favorável para economias emergentes.
Em relação à economia brasileira, o Copom considera que a atividade será desigual entre os setores. “Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação desigual entre setores, similar à que ocorre em outras economias”.
Para a inflação, o Copom do Banco Central (BC) decidiu elevar as projeções para em 2020. Segundo comitê, a elevação ocorreu devido “a continuidade da alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda”.
O Copom avaliou, no entanto, que, apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o diagnóstico é de que esse choque é temporário, mas segue monitorando sua evolução com atenção.