Copom retomou discussão sobre limite mínimo da Selic, diz ata

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São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) retomou, na reunião da semana passada, a discussão sobre um potencial limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros brasileira, revela a ata divulgada hoje. Segundo o documento, para a maioria dos membros do Copom, esse limite é “significativamente maior” em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco.

Nesse contexto, o Copom avalia que os juros baixos sem precedentes podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos, com potencial impacto sobre a intermediação financeira. “O Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais”, diz a ata.

Assim, o Copom concluiu que “eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais”. Para tanto, seria necessário maior clareza sobre atividade e inflação, fazendo com que essas novas reduções fossem “temporalmente espaçadas”.

Nesse sentido, o Comitê do Banco Central considerou a utilização de uma “prescrição futura” (isto é, um ‘forward guidance’) como um instrumento de política monetária adicional. Para o Copom, apesar das limitações, a prescrição futura é a “estratégia de implementação de política monetária que atualmente apresenta a melhor relação custo benefício”.

“A prescrição futura cumpre o papel de transmitir a visão do Comitê sobre suas ações futuras e tende a ajustar as expectativas expressadas na parte intermediária da curva de juros”, afirma o BC, na ata da reunião da semana passada. Segundo o documento, tal prescrição é condicional às expectativas de inflação no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022.