CPI da covid ouvirá autor de denúncia de corrupção em compra de vacinas

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São Paulo – A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga erros e omissões do governo no combate à pandemia de covid-19 ouvirá na sexta-feira (2) o representante da Davati Medical Supply Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que denunciou ao jornal Folha de São Paulo a cobrança de propina para a compra de vacinas por parte do governo federal.

Na denúncia, Dominguetti disse que apresentou proposta para vender a vacina da AstraZeneca ao governo por US$ 3,50 a dose, e que o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias (exonerado ontem) teria proposto superfaturar o valor das vacinas em US$ 1 por dose para fechar o acordo. Dias será ouvido pela CPI no dia 7 de julho.

Segundo Dominguetti, Dias teria dito que “para trabalhar dentro do ministério tem que compor com o grupo”. Dias então teria dito que seria necessário aumentar o valor da vacina. Dominguetti negou. Dias então alertou: “pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”.

O representante disse ao jornal que também estavam presentes na reunião mais duas pessoas – um militar do exército e um empresário de Brasília.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, disse também que na terça-feira (6) será ouvido o deputado Luis Miranda (DEM-DF) – que denunciou irregularidades na compra da Covaxin, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Bharat Biotech e já foi ouvido pela CPI. O novo depoimento seria motivado pelo fato de Miranda ter dito que lhe ofereceram dinheiro para não denunciar as irregularidades.

Na quinta-feira (8), a CPI ouvirá o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), a quem foi atribuída a nomeação de Roberto Dias para o Ministério da Saúde. Ele nega tanto a indicação quanto qualquer envolvimento nas negociações de compra da Covaxin. Barros é líder do governo na Câmara desde agosto de 2020.