Carlos Wizard nega ser parte de gabinete paralelo sobre covid-19

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São Paulo – O empresário Carlos Wizard negou fazer parte de um grupo paralelo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro a respeito de como conduzir a pandemia de covid-19. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do senado que apura erros e omissões do governo no combate à doença, ele disse que só participou de eventos públicos com o presidente.

“Jamais, em tempo algum, nunca, participei de nenhuma reunião em privado, nenhum momento particular com o presidente da República”, disse ele. “Participei de eventos públicos onde o presidente estava presente, não somente ele mas centenas de outros convidados”, acrescentou.

“Fica claro, evidente, transparente, que jamais tive qualquer influência, seja no pensamento do presidente ou qualquer outro suposto gabinete paralelo”, afirmou, acrescentando que sempre defendeu também a vacinação da população brasileira e esteve à frente de iniciativas para tentar organizar o setor privado para a compra de imunizantes.

Após seu discurso inicial, Wizard disse que permaneceria calado durante toda a reunião da CPI – direito que ele obteve por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Apesar do discurso, Wizard fez declarações públicas defendendo o tratamento da covid-19 com medicamentos sabidamente ineficazes contra a doença – como a cloroquina -, algo que também era – e ainda é – propagandeado pelo presidente Bolsonaro, a despeito de posicionamentos contrários de ex-ministros da Saúde e de autoridades internacionais sobre o procedimento.

Em março deste ano, em entrevista à CNN Brasil, Wizard foi questionado se continuava acreditando no tratamento precoce da covid-19 com medicamentos já existentes, a despeito de autoridades médicas serem contrárias à prática.

“Eu acredito, eu sigo, eu defendo e eu pratico. De 15 em 15 dias, eu tomo o meu tratamento profilático, com hidroxicloroquina e ivermectina. Eu tomo vitamina D diariamente. Até o momento, eu passei isento. A minha esposa, que foi acometida pelo coronavírus, depois de três dias estava bem. Não teve nenhum sintoma. Todos os pacientes que me contataram, eu indico médicos. Por outro lado, aqueles que ficaram em casa, que não trataram a doença e deixaram-na evoluir, nós estamos perdendo. Por uma questão ideológica”, disse ele.