A resolução da crise do Silicon Valley Bank (SVB) parecia ter acalmado os mercados, mas não foi bem assim. O Credit Suisse publicou uma nota na qual o principal acionista do banco afirmou descartar novo aporte financeiro. A liquidação das ações dos bancos europeus recomeçou esta manhã devido a preocupações sobre a viabilidade do Credit Suisse, diz o economista da Capital Economics, Andrew Kenningham.
O risco de uma débâcle global é porque o Credit Suisse é maior do que o SVB e o Signature Bank. Reconhecidamente, seus problemas eram bem conhecidos, portanto não foram um choque completo para investidores ou formuladores de políticas. No entanto, o Credit Suisse tem um balanço patrimonial muito maior do que o SVB US$ 579 bilhões no final de 2022) e está muito mais interconectado globalmente, com várias subsidiárias fora da Suíça, inclusive nos Estados Unidos. É também um corretor primário dos Estados Unidos. O Credit Suisse não é apenas um problema suíço, mas global, continua.
Há que se pensar na possibilidade de falência do Credit Suisse e o que deverá ser feito para sanar as dívidas. Como Banco Global Sistemicamente Importante, terá um plano de resolução, mas esses planos não foram testados desde que foram introduzidos durante a Crise Financeira Global, diz.
Isso significa que não se sabe ao certo como esse plano poderá ser levado a cabo. A experiência sugere que uma resolução rápida pode ser alcançada sem desencadear muito contágio, desde que as autoridades atuem de forma decisiva e os devedores seniores sejam protegidos. Embora os reguladores estejam cientes disso, o risco de uma resolução malfeita preocupará os mercados até que uma solução se torne aparente.
Um resultado mais imediato é no resultado da reunião dos membros do Banco Central Europeu (BCE) para determinar a nova taxa de juros, que acontecerá amanhã (16). O banco havia anunciado jáum aumento de 0,50 pp, mas os ventos mudaram. Claramente, há um forte argumento para o BCE esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas nosso melhor palpite nesta fase é que o Banco continuará com seu plano pré-anunciado de aumentar a taxa de depósito de 2,5% para 3,0%, embora enfatize que a política não está em um caminho predeterminado.
Seria a crise no Credit Suisse o começo de um problema global ou um caso isolado? O Credit Suisse foi amplamente visto como o elo mais fraco entre os grandes bancos da Europa, mas não é o único banco que tem lutado contra a fraca lucratividade nos últimos anos, afirma. Conta pontos contra o banco o fato de essa crise ser a terceira pela qual o banco passa em três meses. Seria tolice presumir que não haverá outros problemas no futuro, conclui.