CSN investirá R$ 2,8 bilhões em 2021

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São Paulo – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou, via comunicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), suas projeções para o final de 2020 e também para os próximos anos, durante o CSN Day.

Para 2020, a CSN projeta encerrar com capex consolidado de R$ 1,6 bilhão, já para 2021, o capex será de R$ 2,8 bilhões. Para a área de siderurgia da companhia, a projeção é de atingir capex de R$ 6,1 bilhão entre 2021 e 2025.

Já na área de mineração, a empresa pretende investir mais e a expectativa de capex para o período de 2021 a 2025 é de R$ 14 bilhões.

A CSN também espera fechar 2020 com o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado em R$ 11,2 bilhões. Já a dívida líquida deve atingir R$ 20 bilhões ao final de 2021, com a siderúrgica fechando 2021 com a relação dívida líquida/ebitda abaixo de 2 vezes, depois de esperar de que a relação fique abaixo ficar abaixo de 2,5 vezes ao final deste ano.

Em relação à produção, a empresa prevê volume de produção e compras de minérios de terceiros de 33 milhões de toneladas em 2020 e de 38 a 40 milhões de toneladas em 2021.

CSN DAY

Em evento para investidores e analistas, o CSN Day, o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch, disse que as projeções de vendas e ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) apresentadas pela companhia para 2020 já estão praticamente dadas e que a alavancagem de 2,5 vezes para o ano será entregue sem nenhuma desmobilização.

“A proposta é entregar tudo o que conseguimos produzir. Em 2020 tivemos que tomar medidas duras, mas estamos preparados para os desafios em 2021”, disse Steinbruch.

Segundo o executivo, em 2020, a combinação de fatores como a elevação do preço de commodities favorece na mineração e a alta demanda do mercado internos favoreceu os negócios da companhia mineração e aços longos e planos.

“Em 2021, vamos avaliar a necessidade de desmobilizar ativos”, disse.

O diretor financeiro da CSN, Marcelo Ribeiro, disse que as medidas adotadas em 2020 permitiram valorizar o equity da companhia.

“A ação subiu 482%, com destaque nos últimos meses de 2020, quando ficou confirmado que a desalavancagem ocorreria. A companhia vai continuar trabalhando para reduzir a dívida para gerar valor para os acionistas”, disse.

Ribeiro disse que a companhia deve terminar o ano com aproximadamente R$ 8,5 bilhões em caixa com novas captações.

“Temos R$ 5,8 bilhões de captações R$ 10 bilhões que vencem nos próximos dez anos para tirar a pressão sobre o curto prazo e possíveis reduções de spreads podem trazer ganhos muito significativos e melhorar nossa perspectiva de crédito.”

O executivo destacou a projeção de endividamento, abaixo de 2x em 2021, é um nível ideal considerando que a companhia vai voltar a crescer e que a política de dividendos continuará conservadora, em 25% mínimo obrigatório.

Em mineração e em cimento, o diretor financeiro disse que a companhia caminha para dar mais autonomia aos negócios, via abertura de capital, e gerar mais crescimento. Os IPOs dessas unidades devem ocorrer até fevereiro e no primeiro semestre de 2021, respectivamente.

MINERAÇÃO

A CSN Mineração também apresentou projetos com foco em expansão e melhorias operacionais em andamento e anunciou projeções otimistas ancoradas na revisão de guidance de concorrentes e na demanda de países como Japão, China, Vietnã, Indonésia e Austrália.

“Entre os pilares da nossa estratégia estão a expansão da capacidade adicional em Itabirito, a recuperação de rejeitos para produção de minério de baixo custo, aumento de capacidade em Itabirito e expansão do porto de Tacar, 400 milhões para 600 milhões de toneladas”, disse Eneas Diniz, diretor executivo da CSN Mineração.

O executivo disse que a unidade buscará alternativas de financiamento, mas que a situação de caixa atual, de R$ 37 milhões até 2025, é confortável e suficiente para financiar a companhia e alcançar alavancagem de 1 vez.

SIDERURGIA

A CSN espera a retomada em siderurgia, por conta das projeções de alta de 16% da indústria automotiva, 5% em eletrodomésticos, 6% em construção e 9% em distribuição de energia, além de forte demanda do mercado externo.

“A recuperação acelerada do mercado interno mostra um crescimento em “V” no início do primeiro trimestre. E globalmente, a perspectiva é positiva para commodities”, disse Luis Fernando Martinez, diretor executivo das unidades de siderurgia e cimento da CSN.

O executivo disse que a alta demanda global por aço permite aumentar os preços localmente e destacou a forte demanda da China, que trabalha com capacidade total e que deve durar pelos menos seis meses, o aquecimento da indústria automotiva nos Estados Unidos e o desbalanceamento na entre a oferta e a demanda na Europa.

Para enfrentar a forte variação em matérias primas e os desafios em oferta e demanda em 2020, a unidade de siderurgia da CSN investiu em melhoria da produtividade e na excelência operacional e, do lado comercial, em um mix de maior valor agregado.

“Apesar da queda de 2% em planos em 2020, temos uma carteira de quatro meses de pedidos, para trabalhar cheios até abril com foco no mercado interno”, disse.

CIMENTOS

Em cimentos, a companhia também aposta na demanda do setor de construção para os próximos anos e na demanda reprimida do país em projetos de infraestrutura. Além do plano de abrir capital em 2021, o principal projeto da unidade será em coprocessamento para aumentar sua capacidade atual de 4,7 milhões de toneladas para 13,3 milhões de toneladas.

“Estamos estudando projetos no Pará, Sergipe, expansão em Arcos (Volta Redonda) e a abertura de uma fábrica no Sul. Somando todos, teremos uma capacidade de 13,3 milhões de toneladas e seremos o segundo colocado do mercado de cimentos”, disse Luis Fernando Martinez, diretor executivo das unidades de cimentos e siderurgia.

A companhia também divulgou uma perspectiva otimista em cimentos e disse que deve buscar a abertura de capital ainda no primeiro semestre do ano que vem, mas o principal projeto da unidade é o de coprocessamento.