CSN reverte lucro e tem prejuízo de R$ 222,6 milhões no 2° trimestre de 2024

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Divulgação/CSN

São Paulo, SP – A CSN divulgou na noite de ontem (12) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com prejuízo de R$ 222,6 milhões, revertendo o lucro de R$ 283 milhões
registrado no mesmo período do ano passado (2T23). Na comparação com o primeiro trimestre, o prejuízo recuou 53,6%, como consequência do aumento das despesas financeiras e da maior incidência de impostos referentes ao desempenho das subsidiárias, impactando diretamente a linha de Imposto de Renda e Contribuição Social e compensando a melhora operacional verificada no período.

O EBITDA Ajustado apresentou um crescimento de 34,5% na comparação com o trimestre anterior, atingindo um valor de R$ 2,645 bilhões, com uma Margem EBITDA Ajustada de 23,2%. Em relação ao primeiro trimestre, o Ebitda Ajustado cresceu 35%. O crescimento é fruto de uma combinação de resultados operacionais mais fortes registrados no trimestre, com recordes operacionais em cimentos e na mineração. O trimestre foi marcado ainda por uma importante recuperação no segmento de siderurgia, que a despeito de permanecer com margens bastante comprimidas na comparação com as médias históricas, já apresenta sinais de melhoria, principalmente quando se observa as
perspectivas de volumes e preços.

A receita líquida totalizou R$ 10,8 bilhões no 2T24, o que representa um crescimento de 12,0% quando comparado com o 1T24, como resultado da melhora no desempenho do segmento de siderurgia, além do efeito positivo da sazonalidade do período ao proporcionar uma maior atividade produtiva e comercial tanto para a mineração quanto para cimentos. Entre os principais destaques operacionais verificados no período, tivemos os recordes de vendas no segmento de cimentos e o segundo maior volume de minério já produzido na história da Companhia (produção própria).

No 2T24, o resultado financeiro foi negativo em R$ 1,4 bilhão, o que representa um aumento de 33% em relação ao primeiro trimestre como consequência do aumento do custo da dívida em dólar, além do efeito negativo com a desvalorização das ações da Usiminas

O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) totalizou R$ 7,8 bilhões no 2T24 e foi 4,9% maior do que no trimestre anterior, reflexo da atividade comercial mais forte do período, com aumento no volume de produtos vendidos em praticamente todos os segmentos de atuação.

O Fluxo de Caixa Ajustado no 2T24 foi negativo em R$ 1,164 bilhão, como resultado do consumo de capital de giro, além do maior volume de investimentos realizados no período e do impacto da variação cambial no resultado financeiro. Isso acabou mais do que compensando o resultado operacional mais forte registrado no trimestre.

ENDIVIDAMENTO

A dívida líquida consolidada atingiu R$ 37,1 bilhões, com o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA LTM alcançando 3,36x, o que representa um aumento pontual de 23 basis points em comparação ao trimestre anterior. Esse aumento do indicador reflete exclusivamente o impacto da variação cambial nas dívidas em dólar, que acabou mais do que compensando a melhora operacional observada no período. “Mesmo com esse impacto não projetado, a Companhia segue firme em seu compromisso de reduzir o seu nível de endividamento e está avançando em projetos que ajudem na reciclagem de capital do grupo. Adicionalmente, a CSN manteve a sua política de carregar
um caixa elevado, que neste trimestre atingiu o patamar de R$ 16,573 bilhões”, explicou a balanço da companhia.

DESEMPENHO OPERACIONAL

A produção de placas no 2T24 foi afetada por manutenções programadas na sinterização, o que resultou em uma redução trimestral de 6,5% na produção do período. No total, foram produzidas 883,4 mil toneladas no 2T24, um desempenho 5,2% inferior em relação ao trimestre passado, porém 20,7% acima do verificado no mesmo período de 2023, o que demonstra a normalização da operação e um maior volume de compras de placas de terceiros.

Seguindo a mesma tendência, a produção de laminados planos, nosso principal mercado de atuação, atingiu 828,9 Kton, o que representa uma redução de 3,7% em relação ao 1T24, mas um crescimento de 7,0% na comparação anual. O destaque do trimestre foi a produção de aços longos que cresceu 6,3% em relação ao trimestre anterior e 29,1% em relação ao 2T23.

As vendas totais do 2T24 atingiram o montante de 1.122,6 mil toneladas, um acréscimo de 3,3% em relação as vendas realizadas no 1T24 e de 6,8%, contra o mesmo período de 2023. Essa foi a primeira vez desde o 3T22 em que as vendas da CSN superaram o patamar de 1,1 milhão de toneladas, o que sinaliza não apenas uma normalização da operação, mas também um maior dinamismo do mercado local.

A Produção de Minério de Ferro (incluindo compras de terceiros) atingiu um volume de 10.425,5 mil toneladas no 2T24, um crescimento de 14,2% em reação ao primeiro trimestre de 2024, mas uma redução de 6,6% em relação ao volume verificado no 2T23. Apesar dessa queda na comparação anual, a Companhia vem aumentando a cada trimestre a eficiência das suas operações e o volume produzido neste trimestre foi o mais alto já registrado na história da CSN na atual configuração das plantas e o maior desde 2016. Ou seja, a diminuição em relação ao 2T23 se deve exclusivamente à um menor volume de compras de minério de terceiros, um movimento em linha com a estratégia adotada para esse ano de priorizar a margem em detrimento de volume.

A companhia conseguiu alcançar novos recordes históricos de produção e vendas de cimento, com uma atividade comercial atingindo um total de 3.608,0 Kton vendidas, o que representa um aumento de 19,6% em relação ao trimestre anterior e 8,3% em relação ao mesmo período de 2023.

MINERAÇÃO

A CSN Mineração divulgou na noite de ontem (12) o balanço do segundo trimestre de 2024 (2T24), com o lucro líquido de R$ 1,507 bilhão, o que representa um aumento de 170,2% em relação ao primeiro trimestre deste ano e reflete o desempenho operacional mais forte registrado no período somado aos efeitos positivos das operações de hedge de minério
e da variação cambial.

O Ebitda Ajustado atingiu R$ 1,618 bilhão no 2T24, alta de 47,4% na comparação com o 2T23, com uma margem Ebitda Ajustada trimestral de 48,7%, o que representa um aumento de 18,3 pontos percentuais em relação ao 2T24. Esse aumento de rentabilidade mesmo em um período de queda no preço realizado é resultado direto da excelência operacional alcançada pela Companhia, ao combinar recorde de produção própria na configuração atual das plantas, com otimização da rede logística e redução de custos. Além disso, a desvalorização cambial também impactou positivamente o resultado do trimestre.

No 2T24, a receita líquida ajustada totalizou R$ 3,323 bilhões, um desempenho 18,5% acima do registrado no 1T24, como resultado do maior volume de embarques. Já a Receita Líquida Unitária foi de US$ 58,64 por tonelada, o que representa uma redução de 5,4% contra o 1T24, acompanhando a trajetória descendente do preço médio do minério e um maior demérito do produto exportado, consistente com a alta demanda chinesa por minérios de menor qualidade.

O Custo dos Produtos Vendidos totalizou R$ 1,653 bilhão no 2T24, um crescimento de 2,8% frente ao trimestre anterior, em função do maior ritmo de produção e vendas e uma redução de 21,1% em relação ao 2T23. Já o custo C1 atingiu USD 21,2/t no 2T24, o que representa queda de 10,2% em relação ao trimestre anterior, como reflexo da maior diluição de custos fixos, variação cambial e menor custo da ferrovia.

O resultado financeiro foi positivo em R$ 436 milhões no 2T24, como resultado do aumento das receitas financeiras, além do efeito positivo relacionado à variação cambial.

O Fluxo de Caixa Ajustado no 2T24 foi positivo em R$ 1,181 bilhão, como consequência do resultado operacional mais forte e do impacto positivo das operações de hedge de preço de minério e variação cambial. Adicionalmente, o fluxo de caixa do 2T24 conseguiu mitigar o aumento no contas a receber e o maior desembolso com investimentos, o que reforça a sustentabilidade do negócio e a resiliência da Companhia mesmo em períodos de queda no preço realizado.

ENDIVIDAMENTO

Em 30/06/2024, a CSN Mineração possuía um total de R$ 11,7 bilhões em disponibilidades, ajudando a reforçar aind mais a posição de caixa líquido da companhia, que atingiu R$ 2,8 bilhões no período. Essa melhora do indicador apenas reforça a sólida estrutura de capital da empresa para fazer frente aos seus projetos de crescimento. Por sua vez, o indicador de alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA ficou negativo em 0,32x.