São Paulo, SP – A CSN divulgou na noite de ontem (12) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com prejuízo líquido de R$ 750,9 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 90,7 milhões registrado no mesmo período de 2023, e queda de 236,8% em relação ao segundo trimestre deste ano.
Segundo a companhia, o resultado é reflexo da combinação de menor resultado operacional com aumento nas despesas financeiras, além do fato de o 2T24 ter sido positivamente impactado pelas operações de hedge de minério. Essa combinação mais do que compensou o efeito positivo da reversão de IR/CS em razão do aumento no reconhecimento de imposto diferido no período.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,284 bilhões, queda de 18,9% em relação ao 3T23, refletindo, sobretudo, o maior despacho termelétrico das usinas da Eneva nos meses de julho a setembro/24. Já a margem Ebitda ajustado foi de 19,7%, queda de 3,5 pontos percentuais em comparação ao 3T23. Esse desempenho reflete, exclusivamente, a piora no preço do minério de ferro que acabou por compensar um trimestre bastante forte em termos comerciais, com recordes de vendas na mineração e em cimentos, fora o crescimento de 9% nas vendas domésticas da siderurgia.
A receita líquida totalizou R$ 11,066 bilhões, o que representa um crescimento de 1,7% quando comparado com o trimestre anterior e reflete, principalmente, a melhora do segmento de siderurgia que conseguiu apresentar sólida atividade comercial no período. Ao se analisar os demais segmentos do grupo, percebe-se que o desempenho da receita só não foi maior em razão dos preços das commodities, uma vez que operacionalmente falando a CSN conseguiu apresentar recordes históricos de vendas tanto na mineração quanto em cimentos.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 1,931 bilhão no 3T24, o que representa um crescimento de 29,2% em relação ao 2T24, ainda impactado pelo efeito da desvalorização cambial que acaba por aumentar o custo da dívida em dólar. Adicionalmente, o resultado financeiro também foi pressionado pelo efeito negativo com a desvalorização das ações da Usiminas.
O Fluxo de Caixa Ajustado no 3T24 foi negativo em R$ 986 milhões, o que representa uma melhora em relação ao trimestre anterior, mas ainda assim um resultado bastante negativo que reflete o menor desempenho operacional, além do aumento nas despesas financeiras, maior desembolso com imposto de renda e o patamar mais alto de investimentos realizados.
Em 30/09/2024, a dívida líquida consolidada atingiu R$ 35,164 bilhões, com o indicador de
alavancagem medido pela relação Dívida Líquida/EBITDA LTM alcançando 3,34x, o que representa uma redução de 2 basis points em comparação ao trimestre anterior, um movimento em linha com todos os esforços conduzidos ao longo do trimestre no que diz respeito à gestão do caixa e aumento das disponibilidades, que acabou mais do que compensando o impacto negativo do fluxo de caixa do trimestre. Essa redução reforça também o compromisso da CSN em reduzir o seu nível de endividamento e a recente venda de participação relevante na CSN Mineração mostra não apenas o comprometimento, mas também uma das diversas possibilidade de reciclagem de capital do grupo.
Adicionalmente, a CSN manteve a sua política de carregar um caixa elevado, que neste trimestre atingiu o patamar de R$ 19,322 bilhões.
A Produção de Aço da CSN segue o seu processo de retomada e foi a maior desde o 3T22, alcançando o patamar de 995 mil toneladas, o que representa crescimento de 12,7% quando comparado com o trimestre passado e 7,9% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento ocorre logo após as paradas programadas de manutenção realizadas na área de sinterização da Usina Presidente Vargas (UPV) no 2T24, o que reforça a normalização e eficiência com a retomada dos trabalhos.
Seguindo a mesma tendência de recordes do ano, a produção de laminados alcançou a marca de 917 mil toneladas, o melhor resultado desde o 3T21, com um crescimento de 10,6% quando comparado com o trimestre anterior e 9,8% quando comparamos com o mesmo período de 2023. Já a produção de aços longos passou por uma manutenção preventiva no 3T24 e, mesmo assim, se manteve estável no período, atingindo 58 mil toneladas.
As vendas totais do 3T24 atingiram o montante de 1.166,3 mil toneladas, um acréscimo de 3,8% em relação as vendas realizadas no 2T24 e de 10,5%, contra o mesmo período de 2023. Ao se analisar o comportamento nos diferentes mercados, percebe-se que o mercado doméstico, foi o principal responsável por esse aumento, somando um total de 866,5 mil toneladas de produtos siderúrgicos neste trimestre, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao trimestre anterior e um crescimento massivo de 16,0% quando comparamos com o 3T23, o que mostra não apenas toda a assertiva estratégia comercial, mas também a retomada da atividade industrial com maior consumo de aço. No mercado externo, as vendas somaram 299,8 mil toneladas no 3T24, o que representa um sólido crescimento de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, com 5,1 mil toneladas sendo
exportadas de forma direta e 294,7 mil toneladas vendidas pelas subsidiárias no exterior, sendo 90,2 mil toneladas pela LLC, 140,4 mil toneladas pela SWT e 64,0 mil toneladas pela Lusosider.