Custo da crise para o Chile será alto, segundo presidente do banco central

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Buenos Aires – O custo da atual crise do novo coronavírus para o Chile será alto e alguns setores exigirão ajustes significativos para mudanças mais duradouras em suas condições e modos de operação, disse o presidente do banco central do país, Mario Marcel.

No âmbito da apresentação do Relatório de Política Monetária (IPoM), Marcel indicou que a situação que o Chile está passando “não está longe do que aconteceu em outros países, nem do que está acontecendo em grande parte da América Latina”.

“A evolução da pandemia de covid-19 e as ações tomadas para contê-la constituem um choque inédito e importante para a economia mundial”, afirmou.

Por outro lado, ele ressaltou que “dada a mudança de cenário, o conselho aprofundou o impulso monetário, comprometendo-se a mantê-lo por um longo período e aumentando-o por meios não convencionais, se for necessário, para alcançar o objetivo de controle da inflação e manutenção da estabilidade financeira”.

Com relação às perspectivas para a economia, Marcel explicou que “a situação sem precedentes torna particularmente difícil fazer projeções, pois dependem amplamente de fatores que escapam à análise econômica. No futuro imediato, espera-se uma contração significativamente maior no segundo trimestre”.

Ele também explicou que o cenário central do IPoM pressupõe que as quarentenas serão relaxadas durante o terceiro trimestre e que será alcançada uma reabertura gradual da economia, permitindo uma melhoria da atividade e do mercado de trabalho.

Ele, no entanto, considera que parte das práticas o distanciamento social continuará por vários trimestres, “para que a atividade de alguns setores econômicos demore mais para retomar os níveis antes do início da pandemia”.

O conselho do banco central estima que em 2020 o PIB chileno cairá entre 5,5 e 7,5%, enquanto em 2021 e 2022 a economia se recuperará, registrando crescimento entre 4,75% e 6,25% e entre 3 e 4%, respectivamente.

Tradução: Carolina Gama