São Paulo – A CVC Viagens disse que até o momento não finalizou os termos e condições finais para a capitalização, que visa fortalecer sua posição financeira em meio à pandemia, assim como também não terminou as demonstrações financeiras de 2019 e do primeiro trimestre de 2020, mas adiantou alguns números dos respectivos períodos.
Em relação ao erro contábil, que previa o valor de R$ 250 milhões entre 2015 e 2019, referente a erros na contabilização de valores transferidos aos fornecedores de serviços turísticos, as investigações apontam que o impacto potencial na verdade é de R$ 350 milhões, sendo possível recuperar R$ 55 milhões de tributos pagos indevidamente.
Além disso, por conta da pandemia do coronavírus, que afetou fortemente o setor de viagens, a CVC vem tomando medidas para a preservação da saúde financeira, entre elas buscando acomodar as necessidades dos clientes, oferecendo remarcação de viagens e ou crédito, medidas de segurança para garantir a saúde dos funcionários, além das medidas de redução que proporcionaram um média mensal de R$ 52 milhões no segundo trimestre do ano.
Por conta de impactos relevantes decorrentes da crise, a operadora fará uma provisão para impairment de R$ 475 milhões no primeiro trimestre do ano, referentes à aquisição de empresas, principalmente na Argentina, e R$ 81 milhões de créditos de tributos diferidos relativos a prejuízos acumulados e diferenças temporárias que, no atual cenário, dificilmente serão utilizados em um período razoável.
Segundo a companhia, o atual cenário impôs um volume maior de cancelamentos de viagens, que atingiram R$ 96 milhões até 30 de junho, gerando perdas relativas a valores já pagos pela CVC e que não são recuperáveis de aproximadamente R$ 13 milhões. Adicionalmente, a empresa incorreu em custos de R$ 3 milhões relativos à repatriação de passageiros durante a pandemia.
O atual cenário gerou ainda um incremento da inadimplência de clientes que atualmente corresponde a R$ 72 milhões, relativos a saldos em aberto e a receber de clientes e franquias, com baixa expectativa de recuperação, além de perdas relacionadas a contratos com fornecedores de R$ 16 milhões.
Por fim, a CVC afirmou que possui um saldo com as companhias aéreas de R$ 380 milhões referentes a bilhetes já pagos e que podem gerar perdas caso alguma empresa encerre suas operações sem honrar ou transferir estes bilhetes para outra empresa.
A companhia ressaltou, porém, que esses valores só serão confirmados ao final do processo de auditoria pelos auditores independentes, que se encontra em estágio avançado.