São Paulo – A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, Lorie K. Logan, afirmou nesta quinta-feira que, até o momento, os indicadores econômicos não sustentam a possibilidade de uma pausa no aumento das taxas na próxima reunião de junho.
Apesar de reconhecer algum progresso na redução da inflação e no arrefecimento do mercado de trabalho, Logan destacou que o Fed ainda precisa fazer mais para atingir sua meta de estabilidade de preços. Logan é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), responsável por definir as taxas.
“Apesar de termos elevado a meta para a taxa de fed funds nas últimas 10 reuniões do Fomc, obtivemos algum progresso. No entanto, os dados das próximas semanas podem indicar que não é apropriado realizar um aumento nesta reunião. Até o momento, ainda não chegamos lá”, disse ela em um discurso preparado para banqueiros em San Antonio.
Logan expressou preocupação com o fato de os aumentos anteriores das taxas do Fed, que totalizaram 5 pontos percentuais, terem tido apenas um impacto modesto. “Ainda não fizemos o progresso necessário. Alcançar 2% de inflação ainda está longe”, disse.
As expectativas do mercado ainda apontam para a manutenção da política monetária em junho. Atualmente, há 26% de probabilidade de um aumento de 0,25 ponto percentual (pp) na reunião, embora essas chances tenham aumentado nos últimos dias.
Embora não tenha comentado diretamente sobre a próxima decisão do Fed em relação a um aumento consecutivo das taxas, Logan mencionou que “as condições financeiras às vezes podem se deteriorar de forma não linear, causando danos à economia em geral. No entanto, o risco de uma reação não linear pode ser reduzido com aumentos graduais e menos frequentes nas taxas de juros.”
Assim como outras autoridades do Fed que falaram recentemente, Logan enfatizou que a decisão será baseada nos dados de inflação e emprego que surgirão antes da próxima reunião.
