São Paulo – Os analistas do mercado elogiaram os números apresentados pela Vale da produção de minério de ferro do segundo trimestre, embora eles tenham vindo em linha com a maioria das previsões. A companhia reportou uma produção de 75,685 milhões de toneladas de minério, alta de 12% na comparação com o mesmo período do ano passado. Às 12h25 (horário de Brasília), as ações da mineradora (VALE3) tinham leve alta de 0,44%, a R$ 112,66.
Os analistas do BTG Pactual destacam que a empresa está mantendo sua projeção de produção para este ano entre 315 milhões e 335 milhões de toneladas.
“Apesar de alguns dos recentes temores e soluços, a Vale continua mostrando melhorias constantes (atualmente operando a 330Mtpa). Mantemos nossa projeção de 350-360Mt (crescimento de cerca de 10% ao ano), o que dificilmente desestabilizará os fundamentos do minério de ferro à frente”
A Ativa Investimentos diz que a Vale “vem apresentando incrementos consecutivos na sua capacidade de produção de minério de ferro.”
“A mineradora se aproxima do limite superior do seu guidance para 2021 (335Mtpa). A viabilidade do cumprimento do guidance e a potência de seu mercado arrefecem maiores preocupações quanto ao seu nível produtivo”, disseram os analistas.
Para a Guide Investimentos, apesar do crescimento na produção, o número veio em linha com o consenso de mercado, o que deve limitar movimentações mais intensas do papel.
A XP Investimentos também viu os números da produção do minério de ferro em linha com as expectativas. No entanto, os analistas apontam para os volumes de níquel e cobre, que foram impactados pela paralisação dos funcionários de Sudbury, no Canadá.
Devido à paralisação, a Vale decidiu descontinuar as projeções atuais da produção de níquel para este ano.
OTIMISMO COM GERAÇÃO DE CAIXA
Os analistas do Bank of America (BofA), por sua vez, afirmaram que os dados da produção vieram 3% abaixo das suas estimativas, mas mantiveram a recomendação de compra para a Vale e estão bastante otimistas com a capacidade de geração de caixa da companhia.
“Vemos três fatores-chave para que a Vale tenha um bom desempenho: os preços de commodities mais altos por mais tempo, o que gera fluxo de caixa e retorno de capital; uma reavaliação gradual ESG [ambiental, social e governança, em português]; e a potencial separação do negócio de metais básicos”, afirmaram, em relatório.
Para os analistas, a Vale é uma espécie de “garota-propaganda” do excesso de geração de fluxo de caixa, o que deve configurar em retorno de capital excedente, com a companhia se destacando dentre outras grandes mineradoras, que também devem apresentar bons balanços e geração de caixa na avaliação do BofA.