Daly, do Fed San Francisco, acredita que cortes nos juros são necessários para manter mercado de trabalho saudável

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A presidente do Fed San Francisco, Mary Daly, afirmou em entrevista à agência Reuters que será necessário cortar as taxas de juros para manter a saúde do mercado de trabalho. No entanto, a extensão desse corte dependerá dos dados econômicos disponíveis.

Daly destacou que, com a queda da inflação e uma economia desacelerando, o aumento da taxa real de juros pode levar a um aperto excessivo, o que prejudicaria ainda mais o mercado de trabalho.

“À medida que a inflação cai, temos uma taxa de juros real que está aumentando em uma economia em desaceleração; essa é uma receita básica para um aperto excessivo”, disse Daly.

Daly enfatizou que a manutenção de um mercado de trabalho saudável deve ser uma prioridade. Caso a política monetária seja muito restritiva, isso poderá resultar em uma desaceleração adicional, o que não seria desejável. Até o momento, o mercado de trabalho está enfraquecendo, mas ainda se mantém em condições satisfatórias.

“A saúde do mercado de trabalho, precisa ser sustentada e protegida, e temos que estar muito conscientes de que, se a política for muito rígida, pode haver uma desaceleração adicional no mercado de trabalho e, na minha opinião, isso não seria bem-vindo”.

Os mercados financeiros já estão considerando a possibilidade de um corte de 0,5% nas taxas em setembro, após a divulgação de dados que mostraram a queda das vagas de emprego para o nível mais baixo em três anos e meio. Mesmo assim, Daly acredita que o mercado de trabalho ainda está equilibrado, com salários crescendo acima da inflação e empresas adotando uma postura cautelosa, mas sem realizar demissões em massa.

Daly também destacou que o Fed age com maior agressividade quando há uma clareza maior nas perspectivas econômicas, como aconteceu durante a pandemia de 2020. No entanto, a situação atual é mais incerta, e ela frisou que, embora a inflação ainda seja uma preocupação, o foco é continuar pressionando para que ela caia para a meta de 2%.

O tamanho do corte nas taxas de juros ainda não está definido, pois o Fed aguarda os próximos dados econômicos, incluindo o relatório de emprego e o índice de preços ao consumidor (CPI, da sigla em inglês). Daly enfatizou que são necessários mais tempo e análise para tomar a melhor decisão, com o objetivo de reduzir a inflação sem comprometer o crescimento econômico.