Decisão sobre volta do horário de verão deve sair em até 10 dias, segundo ministro

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva após a reunião do CMSE (19/09/2024).

São Paulo, 19 de setembro de 2024 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo decidirá se voltará a implementar horário de verão em até 10 dias. A previsão de economia pode chegar a R$ 400 milhões ou 2,5 gigawatts, a depender o período adotado, com o menor acionamento de usinas térmicas. No entanto, ele disse que “ainda não se convenceu em relação à necessidade de adoção da medida, devido à sua transversalidade”, mas que buscará outros instrumentos, além dos já avaliados, para concluir a avaliação. Silveira disse que “a decisão final será baseada em critérios técnicos e científicos” e “não terá como critério o risco energético pois não há risco de desabastecimento” e “não há risco de crise energética durante o verão”.

A medida foi recomendada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e por todos os membros do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na reunião realizada nesta quinta-feira. Silveira disse que a diferença em relação a recomendação de 2019, quando o ONS não recomendou a adoção do horário de verão, é que “agora as decisões são técnicas e não baseadas em narrativas”.

Silveira disse que até o momento, foram avaliados os aspectos da economia para o consumidor e da confiabilidade do sistema. No caso da economia, ele disse que os R$ 400 milhões economizados “não seriam relevantes”. Também serão avaliados o planejamento energético, os impactos na segurança pública, em algumas atividades. “Serão analisados outros elementos e outras possibilidades, como a utilização de linhas de transmissões que serão antecipadas, uso de Belo Monte, que possam ser adotadas no lugar da adoção do horário de verão”, comentou o ministro, que evitou cravar quais são essas propostas por que foram sugeridas hoje e são muito técnicas, ou dependem de aprovação de outros órgãos, como o ministério de Meio Ambiente, no caso de Belo Monte, por exemplo.

O ministro disse que discutirá com técnicos do setor nas próximas semanas e que eles entendem que a medida é importante. Ele voltou a dizer que, no horário entre 18 horas e 21 horas, há uma grande perda de energia no sistema devido à queda de produção das fontes solar e eólica, ao mesmo tempo em que há um forte aumento no consumo.

Silveira disse que conversará com os especialistas para entender qual seria o melhor período de adoção do horário de verão e não para balizar a decisão e para que outras áreas do governo que serão afetadas pelas medida possam se preparar.

Em relação à Angra 1, o ministro disse que trabalha para a extensão da vida útil da usina nuclear.