Decisões de BCE vão refletir avanço de economia, diz vice-presidente

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São Paulo – A economia da zona do euro está crescendo mais rapidamente do que o previsto, o que será considerado pelo Banco Central Europeu (BCE) em sua próxima decisão de política monetária, no dia 9 de setembro, disse o vice-presidente da instituição, Luis de Guindos.
“A economia está com um desempenho melhor em 2021 do que esperávamos, e isso se refletirá nas projeções que serão publicadas nos próximos dias”, disse De Guindos, em entrevista ao jornal espanhol “El Confidencial” reproduzida no site do BCE.
“A principal incerteza era o impacto que a variante Delta teria. O que estamos vendo é que não está tendo um impacto tão grande quanto projetávamos há quatro meses. Isso ocorre principalmente porque os governos responderam com menos restrições à atividade econômica do que havíamos previsto”.
Segundo De Guindos, a recuperação econômica da eurozona foi muito forte no segundo trimestre, e deve continuar assim no terceiro e quarto trimestre, levando a economia aos seus níveis pré-pandemia até ao final deste ano ou no início do próximo.
“Teremos novas projeções nos próximos dias e tomaremos nossas decisões nesse sentido”, disse ele. “Nosso programa de [compra] de emergência está vinculado à pandemia e suas consequências econômicas. Mas uma coisa é certa: os dados recentes são muito positivos”.
De Guindos afirmou ainda que na próxima reunião o BCE vai decidir sobre o volume de compras para o último trimestre deste ano. “Se a inflação e a economia se recuperarem, logicamente haverá uma normalização gradual da política monetária e também da política fiscal”.
O índice de preços ao consumidor dos países que compõem a zona do euro subiu 3,0% em agosto em base anual, maior nível em quase dez anos. “A inflação continuará a aumentar em 2021. Nosso cenário básico é de queda em 2022”, disse De Guindos. Para o BCE, a aceleração nos preços ocorre devido a fatores transitórios.