São Paulo – A Defesa Civil de Maceió (AL) informou, na manhã desta segunda-feira, que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,77m e a velocidade vertical reduziu para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24h. O órgão permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso da mina, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange.
A prefeitura mantém a recomendação de que, por precaução, a população não transite na área desocupada até uma nova atualização da Defesa Civil, enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo, diz o órgão.
A equipe de análise da Defesa Civil ressalta que essas informações são baseadas em dados contínuos, incluindo análises sísmicas.
Mina com risco de colapso não tem o tamanho do Maracanã, diz Defesa Civil
A respeito de informações que circulam na imprensa, de que, em um possível colapso da mina n 18 da Braskem, a cratera que se formaria tem o tamanho do estádio Maracanã, localizado no Rio de Janeiro (RJ), a Defesa Civil de Maceió (AL) afirma que “a informação é especulação e não tem base científica”.
Com dados do último sonar, realizado no dia 4 de novembro deste ano, a cavidade da mina 18 apresentou um volume de 116.000 metros cúbicos (m3), o que seria 27 vezes menor do que o estádio, que tem um tamanho de 3.118.500 m3, segundo dados calculados pelo Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió (CIMADEC).
“É mera especulação calcularmos a área que seria afetada, pois estamos diante de um cenário inédito, jamais vivenciado no Brasil. Os dados não fazem essa previsão”, esclarece o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre.
A Defesa Civil de Maceió realiza o monitoramento de toda a área afetada pelo fenômeno de afundamento do solo por uma rede de equipamento que medem em milímetro possíveis deslocamentos em superfície, subsuperfície, inclinação e rotação, com o objetivo de acompanhar a evolução espacial e temporal do fenômeno de subsidência.
Técnicos das áreas de geologia, geografia, engenharia de agrimensura, engenharia civil e agentes de monitoramento compõem o time que realiza o monitoramento ininterrupto desde 2019, e fazem a análise dos dados.
“Estamos todos empenhados nessa missão, pois nosso maior objetivo é salvaguardar a vida dos maceioenses. Por isso, desde quando foi identificado a subsidência em cinco bairros da capital, mais de 55 mil pessoas já saíram da área de risco”, acrescenta o coordenador-geral.
O órgão listou a seguinte rede de equipamentos: Rede sismológica com 14 sensores superficiais e 12 em profundidade – Interferometria de radar por abertura sintética (InSAR) em uma área de aproximadamente 16 km2, e com alta resolução espacial – 75 Receptores com Sistema diferencial de navegação Global por satélite (DGPS’s) – Quatro Inclinômetros com 250m de profundidade e sensores a cada 1m – 13 Tiltímetros – Três Pluviômetros instalados próximos a área afetada.
A Defesa Civil de Maceió diz monitorar ininterruptamente a movimentação de solo que está ocorrendo na cavidade 18, onde havia a extração de sal-gema pela mineradora Braskem. “Desde a última terça-feira (28), o equipamento que mede a movimentação do solo na mina apresentou deslocamentos expressivos, o que colocou todos os técnicos em alerta máximo para, desde então, iniciar uma força tarefa para gerenciar o caso”, diz o órgão.
O Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió faz o monitoramento diário pelos equipamentos instalados em toda a área atingida e em seu entorno. Um desses equipamentos é o Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS), que pode medir a movimentação do solo vertical e horizontal (3D) em milímetros, em tempo real.
Além da rede de equipamentos, o órgão realiza visitas periódicas em toda a área adjacente do mapa, realizadas pelo Comitê Técnico. As visitas têm por objetivo conferir nessas residências se aparecem novas manifestações patológicas e, sendo encontradas, se têm relação com o processo de subsidência do solo.
Relatório do governo federal aponta redução da probabilidade de deslocamento de terra em larga escala em Maceió
A Sala de Situação, instaurada pelo ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, para gerenciar as ações relacionadas às instabilidades geológicas em Maceió (AL), se reuniu no sábado (2). Entre as atualizações sobre as condições do local, com base nos dados e medições feitas desde o último encontro, que ocorreu na tarde de sexta-feira (1), o relatório aponta “estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala”.
A equipe é composta por representantes do Ministério de Minas e Energia (MME), do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e da Agência Nacional de Mineração (ANM).
O grupo dialogou sobre a estabilidade da situação, com a redução do ritmo de subsidência do terreno. Após análise das informações, os presentes informaram que houve redução da probabilidade de deslocamento de terra em larga escala.
A equipe continua interagindo com autoridades locais para acompanhar a situação, prestar assessoramento técnico e promover medidas de proteção e mitigação necessárias.
Área prestes a colapsar já estava desocupada desde abril de 2020, segundo a Braskem
A Braskem divulgou um comunicado em que detalha a sua atuação no fechamento dos poços de sal que causaram o afundamento do solo em Maceió (AL) desde 2029 e afirma que após o registro, recentemente, de “microssismos e movimentações de solo atípicas concentrados no local da Cavidade 18”, que está prestes a desabar, no bairro de Mutange, e, por isso, paralisou preventivamente suas atividades de preenchimento de poços na área, assim como as atividades preparatórias para o início do preenchimento desta cavidade. A companhia também afirma que o processo de desocupação preventiva da área se iniciou em dezembro de 2019 e “a área de resguardo no bairro do Mutange, onde fica a Cavidade 18, já estava desocupada, sem nenhuma pessoa residindo nessa área, desde abril de 2020”.
“As atividades de extração de sal-gema da Braskem em Alagoas foram encerradas em maio de 2019, como previamente divulgado ao mercado, e a Companhia, desde então, vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal (cavidades), conforme plano e cronograma apresentados às autoridades, e aprovados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), o chamado Plano de Fechamento Definitivo”, diz a Braskem em comunicado.
“As ações do Plano de Fechamento Definitivo para as 35 Cavidades já atingiram 70% de avanço e a conclusão está prevista para meados de 2025, conforme detalhamento: (i) 9 Cavidades receberam a recomendação de preenchimento com areia. Destas, 5 já tiveram o preenchimento concluído, 3 estão com os trabalhos de preenchimento em andamento e 1 já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento; (ii) 5 Cavidades tiveram confirmado o status de autopreenchimento e (iii) 21 Cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que em 7 delas o trabalho já foi concluído”, explica.
Adicionalmente, no contexto do monitoramento preventivo do solo que vem sendo realizado desde 2019, foram registrados recentemente microssismos e movimentações de solo atípicas concentrados no local da Cavidade 18, tendo a Braskem paralisado preventivamente suas atividades de preenchimento de poços na área, assim como as atividades preparatórias para o início do preenchimento da Cavidade 18. Vale destacar que o processo de desocupação preventiva da área se iniciou em dezembro de 2019 e que a área de risco do mapa definida pela Defesa Civil de Maceió está integralmente desocupada. A área de resguardo no bairro do Mutange, onde fica a Cavidade 18, já estava desocupada, sem nenhuma pessoa residindo nessa área, desde abril de 2020″, diz o comunicado.
“Os dados atuais de monitoramento demonstram que a condição de movimentação do solo segue concentrada na área da Cavidade 18. Todos os dados estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Companhia vem trabalhando em colaboração, prestando todas as informações.”
“A Companhia segue mobilizada e monitorando a situação de forma ininterrupta com as autoridades competentes e manterá o mercado informado sobre qualquer desdobramento relevante sobre o assunto.”
Arthur Lira cobra ajuda do governo federal no caso da Braskem
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu ao presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, a edição de uma medida provisória para enfrentar os problemas causados pelo iminente colapso de uma mina da Braskem, em Maceió (AL). “Precisamos ver como o governo federal pode ajudar Maceió neste momento”, disse Lira.
Em abril deste ano, a Câmara criou uma comissão externa para acompanhar o problema. O colegiado é coordenado pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Com informações são da Agência Câmara